O Diário de Bordas Azuis – Capítulo 4

Clara - 2° temporada

O Diário de Bordas Azuis – Capítulo 4

A manhã seguinte nasceu envolta em silêncio e uma névoa tênue que se infiltrava pelas frestas do sótão. Clara retornou ao lugar com passos firmes, guiada por um impulso que mal compreendia. Havia algo no espelho, na carta, na voz abafada de Elias, como peças de um quebra-cabeça que só ela podia montar.

Revirando uma pilha de livros antigos, de lombadas ressecadas pelo tempo, notou algo diferente. Um volume menor, de couro escuro e bordas pintadas de azul cobalto, espreitava entre dois dicionários enciclopédicos. Clara o puxou com cuidado. Não havia título na capa, apenas o desgaste da palma de quem o abrira muitas vezes.

Ao abrir o diário, o cheiro de tinta seca e páginas amareladas tomou o ar. A caligrafia era a mesma da carta endereçada a Lisbeth: firme, elegante e carregada de emoção. Mas ali, ao contrário do tom contido da carta, havia desespero e fascínio em igual medida.

“As imagens não me abandonam. Mesmo quando fecho os olhos, elas permanecem como tatuagens na mente. Sonho com uma mão que se estende no escuro, chamando por algo que está além da visão, além da carne.”
“Não sei se estou sendo guiado… ou assombrado.”

Clara folheou as páginas com reverência. Elias descrevia experiências que soavam mais como visões do que sonhos: corredores que se estreitavam ao infinito, espelhos que sussurravam seu nome, quadros que se completavam sozinhos enquanto ele dormia. E sempre, em cada relato, a presença daquela mão.
A mão que surgia nos cantos das telas, nos rabiscos noturnos, nas sombras das paredes.

“Ela aparece quando tento esquecer. Estendo a minha, mas nunca a alcanço. O toque não vem. Apenas o chamado.”

“Alguns desenhos, descobri, não são inofensivos. São portais. Códigos invisíveis, véus rasgados por linhas e traços. Uma vez abertos, não há como fechá-los sem deixar parte de si do outro lado.”

As últimas páginas estavam manchadas, como se Elias tivesse escrito sob tensão. Havia trechos incompletos, rabiscos nervosos, palavras cortadas por borrões. E, em meio ao caos, uma repetição obsessiva de uma única frase:
“A mão conhece o caminho. Mas o caminho não garante o retorno.”

Clara fechou o diário com um tremor súbito. Sentiu, por um instante, que alguém a observava. Virou-se, mas estava só.

O sótão parecia agora um lugar menos físico e mais limiar. Como se ela mesma estivesse cruzando para um território onde memórias, arte e realidade se entrelaçavam. E onde Elias talvez nunca tivesse realmente partido.

O Diário de Bordas Azuis – Capítulo 4

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