As Raízes Não Dormem – Capítulo 3

A Oferenda Silenciosa.

🌿 As Raízes Não Dormem – Capítulo 3

O campo parecia abençoado. As lavouras de milho e mandioca brotaram com uma velocidade fora do comum, folhas viçosas se abrindo como braços em agradecimento ao céu. O trigo, alto e dourado, se curvava com o peso da fartura. A princípio, os aldeões atribuíram à oferenda o sucesso da colheita. Mesmo em meio ao medo e aos murmúrios sobre o desaparecimento de Cael, a terra se mostrava generosa.

Mas não demorou para que a fertilidade trouxesse consigo o desconforto.

Na terceira noite após o ritual, o cachorro de Viggo, fiel companheiro de caça há nove invernos, começou a uivar sem parar. Seus olhos, antes vívidos, escureceram. Ele parou de comer, rosnava para a própria sombra e, por fim, fugiu em disparada para a mata. Foi encontrado morto, dias depois, enroscado em raízes que não pertenciam a nenhuma árvore da região.

Logo, outros animais adoeceram. Galinhas com olhos brancos. Cabras que se recusavam a se mover. O leite das vacas, denso e agridoce, cheirava a terra molhada.

As crianças, antes curiosas, tornaram-se inquietas. Durante a madrugada, algumas passaram a gritar no sono. Diziam ver o menino de madeira, parado na soleira de suas casas, os olhos ainda fechados, mas com um sorriso agora estampado no rosto. Um sorriso entalhado, seco… e vazio.

Os pesadelos se espalharam como erva daninha. Homens adultos acordavam suando frio, relatando o mesmo sonho: estavam debaixo da terra, sufocados por raízes que apertavam seus tornozelos, braços e garganta. Sempre havia uma figura os observando, Cael, com o corpo de madeira, em pé, entre as raízes, como se fosse uma parte delas.

No centro da aldeia, a estátua continuava onde havia sido deixada. Alguém tentou movê-la uma manhã, mas as mãos ficaram queimadas, com marcas finas, como veios de seiva quente. Desde então, ninguém mais tocou.

As sombras, por sua vez, tornaram-se mais… curiosas. Aldeões passaram a ver vultos nos telhados das casas, silhuetas agachadas observando em silêncio. Mas sempre que tentavam confrontá-las, não havia ninguém.

Idran, o ancião que havia revelado o antigo segredo, começou a passar os dias em vigília. Sentado à entrada de sua casa, murmurava para si mesmo e traçava símbolos com carvão em pedaços de madeira, que enterrava ao redor da aldeia.

— As raízes não dormem… nunca dormiram, disse certa noite à anciã Darina. Elas só esperavam que esquecêssemos.

Darina, olhando o céu sem lua mais uma vez, compreendeu o que ele quis dizer. O solo estava vivo. E estava faminto.

As Raízes Não Dormem – Capítulo 3

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