O Pacto das Cartas – Capítulo 5

O Refúgio na Montanha. A estrada parecia não ter fim, serpenteando entre encostas cobertas por pinheiros que erguiam-se como guardiões

O Pacto das Cartas

A resposta de Clara foi breve, mas carregada de um ímpeto que nem ela mesma compreendia. Escreveu sobre o espanto que sentira ao ler a menção a 1998, confessou a incredulidade, mas também a estranha sensação de que havia verdade naquelas palavras. Pediu que continuassem, mesmo sem compreender como era possível. Antes de dobrar o envelope, ficou olhando longamente para a caligrafia recém-escrita, como se pudesse nela se apoiar contra a vertigem que a realidade lhe impunha.

Na sexta-feira seguinte, Rafael respondeu. Suas linhas eram hesitantes, mas sinceras. Admitia também não entender o que acontecia, apenas aceitar que havia alguém do outro lado, alguém capaz de enxergar sua solidão. Era como se a casa fosse um corpo maior que os dois, um organismo vivo que, por alguma fissura no tempo, havia permitido que suas vozes se cruzassem.

Decidiram então estabelecer um pacto: toda sexta-feira, ao entardecer, um deixaria a carta na varanda, e no mesmo espaço e hora o outro a encontraria. Não importava a distância dos anos, não importava o mistério. O simples fato de haver esse compromisso os mantinha ancorados. A cada semana, a casa deixava de ser apenas abrigo físico e tornava-se ponte entre dois invernos.

Clara sentia-se estranhamente desperta. Por meses, sua vida fora feita de rotina e dor abafada. Agora, havia expectativa. A sexta-feira já não era apenas mais um dia da semana, mas o momento em que a solidão se rompia. Cada envelope encontrado sobre a varanda era uma promessa de que não estava inteiramente só no mundo.

As cartas de Rafael revelavam mais a cada semana. Ele escrevia sobre a infância solitária, sobre as noites em que esperava ouvir a voz do pai que nunca voltava, sobre a mãe ausente, fechada em suas próprias dores. Falava também de seus sonhos interrompidos, da vontade de escrever livros que nunca teve coragem de começar.

Clara, em suas respostas, descobria-se mais transparente do que imaginava ser capaz. Falava da perda recente da mãe, do peso das ruas da cidade que carregavam memórias em cada esquina, do sufocamento que a obrigara a buscar a casa nas montanhas. Havia algo de espelho naquela troca, como se as dores de Rafael refletissem as dela, e juntas se tornassem menos insuportáveis.

Com o passar das semanas, os papéis dobrados deixaram de ser apenas confissões. Tornaram-se confidente, companhia, até um tipo de ritual sagrado. Clara percebeu que, pela primeira vez desde o luto, voltava a sentir-se viva. Não sabia explicar, tampouco queria. Bastava-lhe a certeza de que, em algum lugar do tempo, alguém a escutava.

E quando lia as últimas palavras de Rafael antes de adormecer, tinha a impressão de que a casa inteira respirava com ela, acolhendo seu coração outra vez.

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