O Dia em que Esqueci teu Nome – Capítulo 12

Entre ecos e sonhos

O Dia em que Esqueci teu Nome

Na manhã em que o nome de Elias se apagou da memória de Clara, o mundo pareceu suspender-se por um instante. Ela acordou com uma sensação de leveza estranha, como se algo tivesse sido arrancado do peito durante o sono. O ar parecia mais claro, as cores mais frias, e ainda assim havia um incômodo invisível, um espaço vazio entre os pensamentos que ela não sabia preencher.

As cartas, antes guardadas com cuidado, perderam o sentido. As palavras nelas escritas tornaram-se desenhos sem voz, letras que pareciam flutuar sobre o papel sem formar lembranças. Ela leu cada uma delas tentando encontrar um eco, uma emoção, qualquer vestígio do que havia sentido, mas o coração não reconhecia mais o nome ali repetido tantas vezes.

Era como olhar para um retrato de alguém querido e sentir apenas a distância da ausência. Elias tornara-se um contorno sem rosto, uma presença dissolvida no tempo. Clara tentou lembrar da sua voz, do timbre que tantas noites embalou seus sonhos, mas o som lhe escapava, fugindo como água entre os dedos.

A casa parecia mais silenciosa, como se o vento também houvesse esquecido para onde soprar. Os objetos, antes cheios de significado, tornaram-se apenas formas imóveis. Nem mesmo o espelho devolvia a mesma mulher — havia um cansaço novo em seu olhar, uma espécie de resignação diante daquilo que não podia ser explicado.

Clara sentou-se junto à janela, observando a tarde que se desfazia em tons de cinza. Tentou lembrar o motivo de sua tristeza, mas tudo o que encontrou foi um vazio sereno, como o fim de uma música que se encerra lentamente. Havia paz, mas era uma paz que doía.

Naquela noite, antes de dormir, ela pegou o diário e o folheou sem realmente ler. As palavras pareciam de outra pessoa. Encostou o rosto no papel e, por um breve instante, pensou ouvir um sussurro vindo de muito longe — algo familiar, quase terno, quase amor.

Mas o som desvaneceu. E, quando o sono finalmente chegou, Clara percebeu que, mesmo sem lembrar seu nome, algo dentro dela ainda o esperava. Um silêncio profundo, feito de ausência e de promessa, continuava respirando no fundo da alma, onde o esquecimento não alcança.

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