Sonhos de Encontro 

À noite, quando o corpo repousa mas a alma desperta, eles se encontram. Não em ruas, nem em quartos, mas em sonhos. Sonhos que não pedem permissão, que invadem o silêncio com a força de um desejo antigo. Ela o vê antes de dormir, como se o pensamento fosse um convite. Ele a sente antes de acordar, como se o corpo soubesse que não está sozinho.

No mundo onírico, não há distância. Os lençóis são feitos de nuvens, e os toques, de luz. Ela caminha por campos que não existem, mas que florescem sob seus pés. Ele a espera à beira de um lago que reflete não o céu, mas o olhar dela. E quando se aproximam, não há palavras. Apenas pele, respiração, entrega.

Os sonhos são delírios. São intensos, são suaves, são tudo o que o tempo ainda não permitiu. Ela sente os dedos dele em sua cintura como se fossem brisa quente. Ele sente os lábios dela em seu pescoço como se fossem promessa. E mesmo que acordem em camas separadas, o corpo carrega o perfume do encontro, o calor do toque, a memória do prazer.

Eles não controlam esses sonhos. Eles apenas se rendem. Porque há amores que vivem melhor no escuro, onde o mundo não interfere, onde o tempo não manda. E nesses delírios, eles se conhecem mais do que muitos que se veem todos os dias. Porque ali, entre o real e o imaginado, tudo é permitido. Tudo é verdade.

Ao despertar, ela sorri sem saber por quê. Ele respira fundo como quem acabou de voltar de uma viagem. E mesmo que o dia os separe, a noite sempre os reúne. Em sonhos que não pedem lógica, apenas coragem. Em encontros que não precisam de endereço, apenas de desejo.