Entre taças e lençóis invisíveis 📖

Diário Secreto Para Vera

A garrafa de vinho estava pela metade quando você se levantou do sofá e caminhou até mim com aquele olhar que não pede, exige. A música tocava baixa, mas o som dos nossos corpos já começava a ocupar o espaço. Você se aproximou, pegou minha taça e bebeu olhando nos meus olhos, como se cada gole fosse uma provocação.

O vestido escorregou pelos seus ombros com a naturalidade de quem sabe exatamente o que está fazendo. Quando ele tocou o chão, junto com a primeira peça de roupa, senti o mundo desacelerar. Me levantei, te puxei pela cintura, e nossos corpos se encontraram com a urgência de quem já esperou demais.

A sala virou cenário. O tapete, palco. As almofadas, testemunhas. Te deitei ali mesmo, entre as sombras e os reflexos do vinho derramado. A garrafa tombou, e o líquido escorreu como se imitasse o desejo que já nos inundava.

Minhas mãos exploraram sua pele com fome. A boca seguiu o caminho das curvas, dos suspiros, dos arrepios. Você se contorcia sob mim, como se cada toque fosse uma centelha. O calor aumentava, e o som dos nossos gemidos se misturava ao som do vinho pingando no chão.

Fizemos amor com intensidade crua, sem filtros, sem freios. Seu corpo se arqueava, me puxava, me guiava. As roupas espalhadas pelo chão eram como rastros de um desejo que não se esconde mais. Você me olhava com os olhos semicerrados, e eu mergulhava neles como quem se perde de propósito.

Quando o prazer nos atravessou, foi como uma explosão silenciosa. Ficamos ali, suados, ofegantes, com o cheiro de vinho e sexo no ar. Você sorriu, passou os dedos pelo meu peito, e disse que nunca mais queria sofá.

E eu soube, naquele instante, que o chão da sala tinha virado altar.