Suspiros ao Vento

O vento carrega segredos que não se dizem em voz alta. Ele sopra devagar, atravessa espaços invisíveis e chega como um toque leve sobre a pele. Ela fecha os olhos e sente o arrepio, como se fosse a respiração dele encostando em sua nuca. Ele, distante, percebe o mesmo sopro, como se fosse o perfume dela atravessando a noite. O desejo se disfarça de brisa, mas é chama oculta, ardendo em silêncio.

Cada suspiro lançado ao vento é uma promessa. Uma promessa que não precisa de testemunhas, apenas de coragem. Ela pensa nele e o ar se torna mais quente. Ele pensa nela e o ar se torna mais doce. O vento é o mensageiro, o cúmplice, o amante invisível que aproxima dois corpos separados pelo tempo. Não há fronteiras quando o desejo se veste de ar.

Às vezes, o vento chega forte, como se quisesse arrancar deles a saudade. Outras vezes, chega suave, como carícia que desperta sem pressa. Mas sempre traz consigo o mesmo sinal: o amor que não se cala, o prazer que não se apaga, a certeza de que há alguém esperando do outro lado. O vento não mente. Ele apenas sussurra o que os corações já sabem.

E quando a noite se torna silêncio, é o vento que fala por eles. É ele que toca, que acaricia, que provoca. É ele que guarda os suspiros e os devolve como lembrança. Porque há desejos que não precisam de mãos, nem de bocas. Basta o vento. Basta o segredo. Basta o amor que se revela em cada sopro.