Toques Guardados no Horizonte – Capítulo XXVII

Promessa no Tempo. Era noite. Daquelas que parecem suspensas entre o ontem e o amanhã, onde o tempo se recolhe e o silêncio se estende como

Toques Guardados no Horizonte

O desejo não se perde no tempo. Ele se recolhe, repousa no horizonte, aguardando o instante em que poderá se cumprir. Ela sente que cada carícia ainda não vivida já existe em silêncio, guardada como promessa. Ele percebe que cada toque ainda não realizado já vibra dentro de si, como se o futuro fosse apenas extensão do presente.

O horizonte não é distância. É abrigo. É espaço onde o amor se prepara, onde o prazer se acumula, onde o encontro se anuncia. O que ainda não aconteceu já se revela em saudade antecipada, em lembrança que nasce antes do instante, em fogo que arde mesmo sem ter sido aceso.

Ela fecha os olhos e vê o futuro como lugar de entrega. Ele respira fundo e sente que o amanhã já o envolve como abraço. O desejo não é ausência. É espera. É promessa que se guarda no horizonte, como sol que ainda não nasceu, mas que já ilumina em silêncio.

Toques guardados no horizonte não se apagam. Eles se tornam eternidade em preparação, prazer em latência, amor em promessa. E quando o tempo finalmente permitir, não será apenas encontro. Será revelação. Será explosão de tudo o que já existia, repousando à espera no horizonte.

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