A Vigília das Estrelas = Capítulo 162

Reino de Veramor nova capa

A Vigília das Estrelas

A noite repousava sobre o Reino de Veramor com uma serenidade que parecia ter sido moldada especialmente para aquele momento. O Rei permaneceu acordado ao lado da Rainha, observando o sopro ritmado de seu sono, como quem guarda um segredo precioso. A luz suave que entrava pela janela deixava o rosto dela coberto por um brilho quase celestial, e o Rei inclinou-se para perto apenas para sentir a respiração que aquecia o silêncio.

Do lado de fora, as estrelas pareciam mais próximas, como se tivessem descido um pouco para testemunhar a devoção daquele instante. A escuridão não era ausência, mas presença calma, respirando junto com o castelo. O Reino inteiro parecia suspenso no tempo, unido ao gesto silencioso do Rei que velava o amor com paciência e fé.

Nilo dormia próximo, enroscado em mantas, o rosto tranquilo como o de quem confia plenamente no que o rodeia. Lórien repousava encostado à parede, numa quietude profunda que misturava sonho e vigília, como se mesmo adormecido continuasse a guardar os caminhos do tempo. Ícaro dormia aos pés da cama, o corpo pequeno recolhido sobre si, mas o coração atento mesmo no descanso, respirando com a suavidade de quem se sabe protegido.

O Rei mantinha-se ali, imóvel e desperto, sentindo que sua vigília era mais que um ato de cuidado. Era um voto silencioso. Um pacto com o amor que se renova nas horas em que ninguém vê. Ele tocou de leve a mão da Rainha, apenas o suficiente para sentir o calor que se espalhava pela pele dela, e seu peito se acalmou com a certeza de que aquele instante era sagrado.

As estrelas do lado de fora brilhavam como pequenas testemunhas, aproximando-se tão docemente que pareciam desejar repousar dentro da sala. A noite avançava, mas não havia cansaço. Havia apenas a serenidade profunda de quem ama sem esperar nada além da chance de velar o que é precioso. O Rei, firme e silencioso, permaneceu ali enquanto o mundo dormia, sustentando a quietude com a fé de que o amor, quando guardado, também guarda de volta.

E assim a vigília seguiu, em silêncio absoluto, acolhida pela luz antiga das estrelas que pareciam compreender que, naquela noite, o próprio Reino respirava através do cuidado dele.

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