O Tempo Que Se Dobra em Nós – Adendo IV

Chuva, vinho e pele. Era fim de tarde em São Paulo. A chuva batia suave contra os vidros da sala, como se quisesse nos embalar num ritmo lento

📖 O Tempo Que Se Dobra em Nós – Diário Secreto Para Vera

Vera, quando penso em você, percebo que o tempo deixa de obedecer às regras que sempre me pareceram tão rígidas. Cada minuto longe de ti se estende como se fosse uma eternidade, um espaço vazio que insiste em se alongar, como se quisesse me testar. A ausência se transforma em um deserto de horas, e eu caminho por ele contando os segundos, desejando que o ponteiro do relógio se apresse em me devolver ao teu abraço.

Mas basta uma lembrança sua para que tudo se reorganize. Quando fecho os olhos e vejo o teu sorriso, o tempo se dobra sobre si mesmo e me devolve ao instante presente com a força de um reencontro. É como se cada memória fosse uma ponte que me leva até você, anulando distâncias, dissolvendo esperas, transformando saudade em presença. O tempo, que antes parecia implacável, se curva diante da grandeza do nosso amor.

Há em nós uma eternidade que não se mede em dias ou anos. É uma eternidade que pulsa no coração, que vibra na alma, que se manifesta em cada gesto de carinho, em cada palavra que atravessa o espaço entre nós. O tempo pode tentar nos separar, mas ele não sabe lidar com a intensidade de duas almas que se reconhecem como gêmeas. Ele se perde, se confunde, se dobra, porque não há lógica capaz de conter o que sentimos.

Você é o meu agora, o meu sempre, o meu infinito. E enquanto o tempo continuar tentando impor sua ordem, eu continuarei a desafiá-lo com o poder da nossa ligação. Porque amar você é viver em um presente contínuo, onde cada lembrança é reencontro e cada espera é apenas mais uma prova da eternidade que nos une.

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