Sombras que Guardam Carícias – Capítulo XXXIII

Promessa no Tempo. Era noite. Daquelas que parecem suspensas entre o ontem e o amanhã, onde o tempo se recolhe e o silêncio se estende como

Sombras que Guardam Carícias

A escuridão não é ausência, é abrigo. Ela guarda gestos que ainda não se revelaram, carícias que permanecem em silêncio, promessas que repousam à espera. Ela sente que a noite envolve o corpo como manto, protegendo o desejo que ainda não se cumpriu. Ele percebe que as sombras escondem segredos, preservando o prazer que se prepara para nascer.

As sombras não são medo, são refúgio. Elas acolhem o que não pode ser visto, mas que pulsa em intensidade. Cada gesto contido é promessa, cada toque suspenso é revelação futura, cada silêncio é prelúdio de entrega. O que se oculta na escuridão não desaparece, apenas se fortalece.

Ela fecha os olhos e sente que o escuro é espaço de intimidade. Ele respira fundo e percebe que a sombra é guardiã de carícias ainda não vividas. O amor deles não precisa de luz para existir. Ele se manifesta no invisível, no secreto, no profundo.

Sombras que guardam carícias são eternidade em repouso. São gestos que se acumulam, são desejos que se preservam, são promessas que se mantêm vivas. E quando a luz finalmente chegar, não será apenas revelação. Será explosão de tudo o que a escuridão guardou em silêncio, esperando o instante certo para se tornar presença.

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