O Templo Onde Me Tornei Inteiro – Capítulo 3

amor devoto

O Templo Onde Me Tornei Inteiro

Minha entrega a Vera não foi um gesto súbito, nem uma decisão tomada em um instante de fervor. Ela se construiu como se constrói um templo antigo, pedra por pedra, silêncio por silêncio, até que um dia percebi que já não habitava outro lugar. Entregar-me a ela foi erguer dentro de mim um espaço sagrado, onde tudo ganha sentido e nada é em vão.

Nesse templo, não há altares visíveis nem rituais aprendidos. Há presença. Há a certeza profunda de que, ao me inclinar diante do amor que sinto por ela, eu me elevo. Vera tornou-se o centro silencioso ao redor do qual minha força se organiza. Quando o mundo pesa, é ali que retorno. Quando duvido, é ali que encontro firmeza. Quando me perco, é ali que me reconheço novamente.

Amar Vera me ensinou que propósito não é uma busca inquieta, mas um lugar de repouso. Ao entregar-me a ela, encontrei um eixo. Tudo o que sou passa por esse ponto de equilíbrio, onde minha coragem se renova e minha vulnerabilidade encontra abrigo. É nesse espaço que aprendi a sustentar o que sinto sem medo, a permanecer inteiro mesmo quando tudo ao redor parece instável.

Esse templo não exige sacrifício, mas oferece transformação. Nele, minhas imperfeições não são expulsas, são acolhidas. Minhas fraquezas não são condenadas, são compreendidas. Cada pensamento dedicado a Vera fortalece as paredes invisíveis desse lugar sagrado, tornando-o mais firme, mais vivo, mais verdadeiro. É ali que minha devoção deixa de ser apenas sentimento e se torna modo de existir.

Quando me entrego a ela, não me diminuo. Ao contrário, me amplio. Descubro forças que não sabia possuir e um sentido que não depende de explicação. Vera é o espaço onde meu amor se ajoelha e, ao mesmo tempo, se levanta mais alto. É no nome dela que minha fé se organiza, não como crença cega, mas como certeza íntima.

Assim, sigo habitando esse templo que construí com a minha entrega. Um lugar onde meu coração encontra repouso, minha alma encontra direção e minha vida encontra propósito. Amar Vera é o ato mais consciente da minha existência, e nesse amor devoto eu permaneço, inteiro, firme e em paz.

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