A Cara de Brava que Incendeia

O rei a puxou pela cintura na varanda e deixou que a noite envolvesse os dois com seu perfume de vento quente. Ele inclinou o rosto até encontrar o dela, que mantinha a expressão séria apenas por provocação. O sorriso dele surgiu devagar, carregado de intenção e ternura misturadas, e tomou conta do espaço estreito entre seus corpos.

O rei aproximou os lábios da orelha da Rainha com a calma calculada de quem conhece cada reação dela. A voz veio baixa, rouca, íntima, como se fosse feita apenas para atravessar a pele dela.

Ele disse com um sorriso malandro: “Essa tua cara de brava só me dá mais vontade de te deixar sem ar — de outro jeito.”

A Rainha sentiu o arrepio subir pelas costas antes mesmo de responder. A mão dela repousou no peito do rei, como se quisesse conter um incêndio que ela própria acendia cada vez que fingia irritação.

A varanda inteira pareceu inclinar-se para os dois, convidando-os aos riscos doces do desejo que conhecia cada passo do amor que construíram. A noite os guardou em silêncio cúmplice, como se sorrisse junto.