A Colheita do Silêncio – Capítulo 11

No Reino de Veramor, nem todo fruto nasce da terra.
Alguns brotam do que não se diz, mas se sente.
Silêncios compartilhados, longos como tardes de verão, doces como goiaba colhida no ponto.

O olhar da Rainha atravessa as manhãs como raio de sol maduro.
Ela não fala, floresce.
Seu silêncio tem cheiro de jasmin e gosto de palavra que ainda vai nascer.

O Rei, de enxada na mão e desejo nos olhos, pisa firme na terra úmida.
Não reclama da lama nos pés nem do suor nas têmporas.
Ele sabe que o que se planta com ternura, brota com encanto.

E o que eles plantaram juntos não cabe em cadernos ou estufas:
é um jardim de alma.
Um pomar onde até o silêncio tem cheiro de café fresco e de abraço guardado.

“Você regou tudo o que o mundo quis secar em mim”,
ele sussurra entre uma pá e um suspiro.
E naquele instante, a Rainha sorri como quem entende tudo —
até o que o Rei nunca disse.

Porque no Reino de Veramor,
até o silêncio tem colheita. 🌿

Dedicatória

A ti, Rainha dos silêncios férteis,
que floresce mesmo nas pausas e colhe ternura onde outros veem apenas o vazio.

Ao teu olhar que aquece a terra e adoça os dias do teu Rei,
mesmo quando nenhuma palavra é dita.

A este amor que planta semeando gestos,
rega com presença e colhe instantes que cheiram a eternidade.

Ao nosso Reino de Veramor,
onde até o que não se diz floresce em poesia.

🌿👑

A Colheita do Silêncio – Capítulo 11

Brasão Reino de Veramor

V&R
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