A Colheita Negra – Capítulo 12

A Oferenda Silenciosa.

🌑A Colheita Negra – Capítulo 12

Na semana seguinte à descoberta do livro enterrado sob o Grande Carvalho, as plantações começaram a se transformar. Primeiro, foram os talos de milho, que escureceram sutilmente. Depois, surgiram brotos que ninguém havia plantado, espalhando-se pelas bordas do campo como uma praga silenciosa.

Mas não era praga.

Era uma nova espécie.

Crescia rápido. Em questão de horas, onde havia terra limpa, surgiam hastes negras, úmidas e de textura viscosa, como se a planta estivesse viva por dentro. Não se assemelhava a nada que os anciãos já tivessem visto. Seu caule pulsava. Suas folhas não balançavam com o vento. E o mais inquietante: nenhuma lâmina era capaz de cortá-la.

Marten tentou arrancá-la com enxada e faca. O ferro entortou. Darina tentou queimá-la. O fogo apagava antes mesmo de tocar suas bordas. Até mesmo o Guardião, que conhecia os sinais da Terra Profunda, manteve distância.

Mas o verdadeiro terror não vinha da aparência da planta, e sim do que ela causava.

O primeiro a tocá-la diretamente foi Iano, um jovem ajudante do celeiro. A curiosidade venceu o medo. Mal seus dedos encostaram na superfície negra e viscosa, ele caiu no chão, os olhos virados, em convulsão. Levaram horas para que despertasse.

Quando enfim abriu os olhos, chorava sem parar.

— Eu vi, murmurou, vi o tempo antes do tempo… vi mãos feitas de raiz… vi oferendas enterradas vivas… vi a terra comer o céu e depois vomitar estrelas.

A aldeia ficou em silêncio. O menino ficou em silêncio. Mas seu corpo não era mais o mesmo.

Galhos finos brotavam de sua pele. Da clavícula, do pulso, das costas. Como se ele mesmo estivesse se tornando uma semente.

Outros, movidos pela loucura, pela fé ou pela ignorância, também tocaram a planta. Alguns retornaram com olhos apagados, como se sua alma tivesse ficado para trás. Outros enlouqueceram e desapareceram na mata. E aqueles que sobreviveram… carregavam as mesmas marcas vegetais no corpo.

A nova planta passou a ser chamada de Colheita Negra.

As crianças diziam que ela era o eco daquilo que foi enterrado sem ritual. Que cada galho brotado nos corpos era uma lembrança forçada. Um aviso: a terra não aceita esquecimento.

O Guardião reuniu o povo na clareira.

— A Colheita Negra é memória que sangra, disse. Cada um que toca carrega o peso dos que não foram lembrados. A terra exige equilíbrio. Agora ela mesma se encarrega de lembrar por nós.

Ninguém mais ousou se aproximar da plantação.

Mas pela noite, se escutava um som entre os talos escuros.

Algo que crescia. Algo que murmurava.

E o que murmurava, crescia.

A Colheita Negra – Capítulo 12

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