A Estátua e o Sussurro – Capítulo 2

A Oferenda Silenciosa.

A Estátua e o Sussurro – Capítulo 2

A névoa da madrugada ainda pairava sobre os campos quando os primeiros raios de sol tocaram o rosto impassível da pequena estátua deixada aos pés do Grande Carvalho. Seu semblante sereno, esculpido em madeira antiga, substituíra o corpo de Cael com uma inquietante delicadeza. Ninguém ousara se aproximar dela na noite anterior. Apenas agora, com a claridade tímida, os aldeões se atreviam a circundar o altar.

O silêncio era denso. O velho Marten, o ferreiro, foi o primeiro a romper o círculo invisível e se aproximar. Observou a escultura com olhos estreitos. A figura de uma criança com os olhos fechados, mãos postas sobre o colo, parecia emanar uma calma tão profunda quanto assustadora.

— Não foi feita por mãos humanas, murmurou ele.

As crianças da aldeia, mesmo alertadas a manter distância, esgueiravam-se por entre as árvores para observar. E foi uma delas, a pequena Enid, de olhos sempre atentos e ouvidos curiosos, quem ouviu pela primeira vez. Um sussurro. Fraco como o farfalhar das folhas secas, mas real.

— Ele está… com eles agora, disse uma voz invisível, como se soprada pelo vento.

Enid congelou. Olhou ao redor. As outras crianças a observavam em silêncio, seus rostos pálidos. Uma a uma, começaram a escutar também. Vozes indistintas, ecoando do tronco ancestral do Grande Carvalho. Nomes, lamentos, e… advertências.

Naquela tarde, os anciãos reuniram-se no centro da aldeia, em torno do fogo ritual. Havia algo sombrio crescendo nos olhos dos mais velhos. E foi o mais antigo deles, Idran, quem por fim se levantou.

Sua voz era rouca, gasta pelo tempo, mas carregava uma autoridade que nenhum dos presentes ousaria contrariar.

— Não era para acontecer de novo, disse ele, olhando para o chão. Eu estive lá, quando isso aconteceu pela primeira vez. Há cinquenta e sete anos.

O silêncio foi absoluto.

— Naquele tempo, uma outra criança foi escolhida. Mas, em vez de ser levada, foi deixada uma oferenda… assim como agora. Uma estátua. Diferente desta, mas com o mesmo vazio nos olhos. Pouco depois, as vozes começaram. E a terra… a terra deixou de responder.

Idran suspirou, o peso da memória quase o fazendo ceder.

— Fomos obrigados a selar o que estava sob o Carvalho. O ritual foi alterado. Passou a ser só simbólico. Mas agora… agora eles acordaram de novo.

Os murmúrios aumentaram entre os aldeões. Havia medo, mas também a semente da dúvida.

— Quem são “eles”? perguntou uma das mulheres.

Idran olhou para o céu escurecendo rapidamente, como se a noite quisesse chegar mais cedo do que devia.

— Eles não têm nome. Só fome. E agora sabem que esquecemos o pacto.

O vento soprou forte, e o som das folhas do Carvalho pareceu, por um instante, formar palavras.

As crianças não voltaram a brincar perto da árvore.

A Estátua e o Sussurro – Capítulo 2

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