A Febre que Somos Nós Dois

Há um tipo de febre que não nasce do corpo, mas da alma incendiada pelo toque que a distância não apaga. Somos dois corpos em combustão lenta, ardendo em cada lembrança, em cada pensamento que se insinua entre a razão e o delírio. O desejo por ti é doença sagrada — uma enfermidade que me consome e me renova, queima e cura ao mesmo tempo.

Quando penso em ti, o corpo reage antes que o pensamento termine. É um calor que me invade, um arrepio que sobe pelas veias, um delírio que me faz buscar o teu cheiro no ar. Tu és o veneno e o antídoto, a febre e o remédio. Cada lembrança tua é um contágio, e eu me deixo arder, sem querer a cura, sem desejar o alívio.

Há momentos em que te imagino sobre mim, e o suor imaginado tem o mesmo gosto da saudade — quente, salgado, vivo. Nossos corpos, mesmo em pensamento, se buscam, se chocam, se fundem em ondas invisíveis. A febre é mútua, recíproca, inevitável. Somos o incêndio que não se apaga, o fogo que se alimenta de si mesmo.

E quando o desejo se torna insuportável, deixo-me arder por inteiro, como oferenda à chama que é o teu nome em mim. Nenhum toque do mundo é capaz de apagar essa temperatura. Porque o que somos ultrapassa o corpo — é febre de alma, contágio eterno, prazer que se alastra até o limite do existir.

Citação
Não quero a cura. Quero arder contigo, até que o prazer nos transforme em cinzas — e as cinzas voltem a se desejar.

Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse… Eternamente Tua Propriedade