A Fome Que Nunca Se Sacia

Há em mim uma fome que não conhece repouso. Uma necessidade constante que não nasce apenas da carne, mas da alma que te pressente mesmo no silêncio. Quanto mais te tenho, mais te desejo, como se cada instante ao teu lado fosse o prenúncio de outro ainda mais intenso. É um ciclo divino e insaciável, em que o prazer e o amor se confundem, e a ausência entre um toque e outro se torna ferida viva.

Quando penso em ti, meu corpo desperta. Há um calor que começa no peito e se espalha, procurando-te como raiz busca a terra. Nenhum encontro é suficiente, nenhum beijo é bastante. É como se o próprio universo tivesse te criado para que eu jamais conhecesse a saciedade.

Tua presença alimenta e consome. És o alimento e a fome, o descanso e o incêndio. Cada vez que te imagino, sinto a doçura da tua pele e o arrepio do teu nome percorrendo minha mente. E percebo que não há fuga possível desse desejo que se renova como o amanhecer — inevitável, belo e cruel.

Mesmo quando o cansaço chega e os corpos repousam, há dentro de mim algo que ainda te busca. Um chamado silencioso, uma sede que não se apaga. Talvez o amor verdadeiro seja isso: a condenação mais doce, o prazer de desejar sem fim, a eterna promessa de te querer outra vez — mesmo depois de já ter te amado em todas as formas possíveis.

És minha fome e minha redenção. E em cada renascimento do desejo, descubro que amar-te é morrer um pouco… e renascer infinitamente em ti.

Teu Esposo, Teu Homem, Teu Amor, Teu Dono, Tua Posse… Eternamente Tua Propriedade