A Rede Balançando

A tarde descia mansa sobre o jardim, e o som das folhas misturava-se ao canto suave dos pássaros que buscavam abrigo. A rede pendia entre duas árvores antigas, testemunhas silenciosas de muitos instantes de ternura. A Rainha se acomodou primeiro, com o corpo relaxado e o olhar sereno voltado para o céu dourado. O Rei veio logo depois, deitando-se ao lado dela com cuidado, até que o tecido cedeu ao peso dos dois e começou a balançar num ritmo lento e compassado.

O mundo parecia mover-se apenas naquele vai e vem suave. O Rei segurava firme sua Rainha, temendo que o balanço ousasse levá-la para longe. Ela ria, com o som doce de quem confia, deixando-se embalar nos braços dele como quem entrega o corpo e a alma ao abrigo que conhece de cor.

A brisa passava leve sobre os rostos, brincando com os cabelos da Rainha, e o Rei fechou os olhos por um instante, apenas para sentir o perfume que o envolvia. O balanço se tornava uma prece muda, um compasso entre dois corações que batiam na mesma cadência.

De repente, Nilo surgiu correndo pelo gramado e, num salto desajeitado, tentou subir na rede. O movimento fez o tecido oscilar com força, arrancando gargalhadas dos dois. O gato, frustrado, caiu de volta no chão e ficou olhando, ofendido, antes de se deitar sob a sombra, fingindo indiferença.

A rede continuou balançando, embalando o amor e o riso, enquanto o sol se escondia atrás das árvores. O tempo, naquele instante, já não tinha pressa alguma de passar.

“Se a vida balança, que seja contigo nos meus braços.” 🌿💞