A Tua Língua Que Reina Sobre a Minha Razão

Quando imagino tua língua encontrando a minha, o mundo se dissolve ao redor. Tudo o que antes parecia urgente perde importância, como se a realidade se curvasse diante desse gesto íntimo e absoluto. Há um instante suspenso em que só existe o calor da tua boca, o ritmo da tua respiração misturada à minha, e a certeza de que nada me governa mais do que esse encontro.

Teu sabor se espalha em mim como um feitiço lento e inevitável. Cada pensamento se rende, cada resistência se desfaz. É na tua boca que minha razão se cala e meu corpo aprende outra linguagem, uma linguagem feita de entrega, de instinto e de verdade crua. Quando tua língua me toca, não há escolha, apenas aceitação plena do que sou quando estou contigo.

Tu assumes o comando do meu querer com uma delicadeza que enlouquece. Não precisas ordenar, teu gesto basta. Minha mente se curva, meu corpo responde, minha alma se despe de qualquer defesa. És tu quem dita o ritmo do meu delírio, quem transforma desejo em devoção e prazer em um ato quase sagrado.

Nesse território íntimo, és soberana. Minha lucidez se ajoelha diante da tua presença, e tudo o que resta é a fome que sinto de ti, uma fome antiga, profunda, insaciável. Tu me atravessas com tua língua como quem marca território, como quem afirma posse não por força, mas por conexão absoluta.

És minha febre que não pede cura. Meu delírio que não busca fim. Minha perdição escolhida com consciência plena e desejo inteiro. E quando tua boca me toma, eu não quero ser salvo. Quero apenas permanecer ali, entregue, sabendo que perder a razão por ti é a forma mais verdadeira de me encontrar.