Adendo – Quando a Rainha Ri com os Olhos

Nem todos os dias em Veramor são épicos ou trágicos. Há dias em que o romance dança no ar, leve, risonho, com cheiro de chá recém-feito e travesseiros desalinhados. Dias em que o rei tropeça nas próprias palavras tentando parecer muito majestoso, e a Rainha apenas sorri com os olhos, esse sorriso específico que ele conhece bem e teme um pouco, pois é quando ela está rindo dele… e ele se rende.

A Rainha de Veramor tem seus encantos ocultos, não aqueles que se mostram com alardes, mas os que se revelam quando ela prende os cabelos sem perceber ou quando revira os olhos diante das excentricidades do seu Rei, que tenta, em vão, ser sempre solene, mesmo quando está com a camisa amarrotada e o café derramado na barba.

Eles se provocam com gentileza. Ele jura que não está olhando, mas ela sabe que ele está. Ela diz que não está com saudade, mas ele ouve na entonação de sua voz uma ternura que entrega tudo. E quando ele escreve textos longos e líricos, ela lê com atenção até a penúltima linha, e na última, envia apenas um “bobinho” com um emoji qualquer… e ele fica bobo mesmo.

Não há juras escandalosas. Mas há mãos que se encontram casualmente ao passar um pelo outro. Há olhares cúmplices trocados entre uma tarefa e outra, e há suspiros trocados, mesmo quando o Reino de Veramor precisa seguir em silêncio. Porque, mesmo no cansaço, mesmo quando a agenda está cheia, mesmo quando os dois têm prazos, reuniões e ideias demais na cabeça… existe uma tensão doce no ar. Como se a qualquer instante, um “eu te quero agora” pudesse surgir no meio de uma frase sobre relatórios ou cronogramas de postagem.

“No Reino de Veramor, até o silêncio tem perfume, e a distância entre dois corpos nunca é maior do que o desejo contido num sorriso torto ou numa resposta atravessada cheia de ternura. É um amor que brinca, que se insinua devagar, que escorrega entre um toque de dedos e um ‘só mais cinco minutos’ antes de levantar.”

E quando a Rainha ri com os olhos, o Rei sabe que não há espada, decreto ou poema que a conquiste mais do que sua leveza. Então ele se despe, não das roupas, mas das defesas, e volta a ser aquele homem que se derrete por ela, mesmo que ela esteja com o rosto mascarado de argila facial e falando sobre feed de Instagram.

A verdade é que, em Veramor, a paixão nunca tira folga. Ela só muda de roupa: às vezes veste o cetim da saudade, às vezes a calça de moletom da intimidade. E em todas as versões, continua sendo amor. Amor com risos, com insinuações suaves, com pequenos exageros e deliciosas verdades.

Adendo – Quando a Rainha Ri com os Olhos

Brasão Reino de Veramor

V&R
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