As Mãos e o Barro – Capítulo 144 

Reino de Veramor nova capa

As Mãos e o Barro 

A tarde em Veramor tinha a cor da terra úmida depois da chuva. No pátio interno, o Rei e a Rainha sentaram-se diante de uma mesa simples, onde repousava um bloco de barro fresco. Nenhum deles falava. Apenas olhavam o material, sentindo nele o chamado tranquilo da criação.

A Rainha foi a primeira a mergulhar as mãos. O barro cedeu ao toque com docilidade, moldando-se entre seus dedos como se reconhecesse o gesto antigo de quem já deu forma ao amor. O Rei observava, e logo fez o mesmo, deixando que a matéria fria e viva se unisse à temperatura da pele.

A cada movimento, o silêncio se tornava mais profundo. As mãos se encontravam, trocavam fragmentos de barro, misturavam gestos. O som suave da modelagem preenchia o ar como uma oração feita de paciência. Ícaro, curioso, acompanhava de perto, emitindo notas curtas, como se abençoasse o trabalho.

Nilo observava à distância, com os olhos semicerrados de quem compreende sem precisar participar. Lórien repousava junto à fonte, atento e sereno.

O Rei moldou uma pequena figura que lembrava uma semente. A Rainha criou algo parecido com um coração. Colocaram as duas esculturas lado a lado, e o toque das mãos, ainda marcadas de barro, transformou o instante em símbolo.

O amor, pensou o Rei, é feito da mesma substância do barro. Precisa de cuidado, calor e forma. Pode secar se esquecido, mas quando tocado com ternura, endurece em beleza e permanência.

Quando o sol se pôs, as pequenas figuras secavam sobre a mesa. O castelo inteiro parecia respirar aquele silêncio de criação, e o ar tinha perfume de terra e eternidade.


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