Cartas que Não Lembro Ter Escrito – Capítulo 2

Entre ecos e sonhos

Cartas que Não Lembro Ter Escrito

A tarde cai lenta, com o sol tingindo o quarto de tons dourados e tristes. Clara decide explorar a casa em busca de algo que explique a estranheza que a acompanha desde o despertar. O silêncio parece observá-la a cada passo, como se as paredes guardassem segredos que preferiam não revelar.

No fundo de um armário, escondida sob lençóis antigos, ela encontra uma caixa de madeira. O toque da tampa provoca uma sensação de reconhecimento imediato, como se suas mãos lembrassem o que sua mente esqueceu. Abre devagar, e o ar adquire um perfume de papel envelhecido e tempo guardado.

Dentro da caixa, há dezenas de cartas amarradas por uma fita azul desbotada. O coração de Clara acelera quando reconhece sua própria caligrafia. As letras dançam em curvas familiares, firmes, mas o conteúdo parece pertencer a outra vida. Cada envelope carrega o mesmo nome: Elias.

Ela desliza o dedo sobre o nome, sentindo um arrepio que não sabe explicar. Abre uma das cartas. As palavras a atingem como um eco vindo de muito longe: frases ternas, confissões delicadas, promessas de eternidade. Há uma doçura nas linhas que parece vir de um amor vivido até o limite da alma.

Mas ela não se lembra de tê-las escrito. Não recorda o toque, o rosto, nem o motivo das lágrimas secas que mancham o papel. O coração, no entanto, reconhece cada palavra como se tivesse sido gravado nelas.

Enquanto lê, sente a presença de Elias se insinuar pelo ambiente, como um perfume esquecido que volta de repente. É uma presença suave, mas intensa o suficiente para que Clara feche os olhos e quase o veja ali, um vulto sereno, observando-a com ternura.

Ela tenta compreender. Pensa em coincidências, em sonhos, em loucura. Mas nada explica o calor que as cartas despertam dentro dela. Cada palavra parece abrir uma fresta em sua memória, e por essa fresta escapa uma luz antiga, feita de amor e perda.

Ao final da leitura, Clara segura as cartas junto ao peito. A fita azul escorrega por entre seus dedos, e algo dentro dela sussurra que o nome Elias não é apenas uma lembrança,  é um chamado.

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