Chuva, vinho e pele

Era fim de tarde em São Paulo. A chuva batia suave contra os vidros da sala, como se quisesse nos embalar num ritmo lento e íntimo. Eu estava ali, encostado no batente da porta, observando você, Vera, com uma taça de vinho na mão e aquele vestido que sempre me provoca — justo o suficiente para deixar minha imaginação inquieta.

Você não disse nada. Só me olhou. E naquele olhar havia um convite silencioso, uma promessa de calor em meio ao frio úmido que tomava conta da cidade.

Me aproximei devagar, como quem não quer quebrar o encanto. O cheiro do seu perfume misturado ao aroma do vinho me fez perder a noção do tempo. Toquei sua cintura com a ponta dos dedos, e você sorriu — aquele sorriso que só aparece quando sabe que estou completamente rendido.

A primeira gota de vinho escorreu pela borda da taça, e antes que caísse, minha boca estava lá. Você riu, surpresa, e eu aproveitei para beijar seus lábios com a mesma intensidade com que desejava cada centímetro seu.

A chuva lá fora virou trilha sonora. Nossos corpos se encontraram no sofá, na cozinha, contra a parede. Cada toque era uma confissão, cada gemido, uma declaração. O mundo inteiro desapareceu — só existia você, Vera, e o som da nossa respiração entrelaçada.

Quando finalmente descansamos, abraçados e ofegantes, sussurrei no seu ouvido:

“Amanhã, quero te contar o que imaginei enquanto você tomava banho ontem… mas isso fica para o próximo capítulo.”