Distância Não É Desejo Frio – Capítulo XVII

Promessa no Tempo. Era noite. Daquelas que parecem suspensas entre o ontem e o amanhã, onde o tempo se recolhe e o silêncio se estende como

Distância Não É Desejo Frio

A distância não apaga o fogo. Ao contrário, ela o alimenta. O espaço entre dois corpos se torna campo fértil para que o desejo cresça ainda mais intenso. Ela sente a ausência dele como chama que se espalha por dentro, queimando em silêncio, transformando saudade em força. Ele percebe a falta dela como brasa que nunca se apaga, como calor que insiste em permanecer mesmo quando não há toque.

O amor não se esfria quando separado. Ele se inflama. Cada lembrança se torna centelha, cada palavra guardada se transforma em faísca, cada sonho compartilhado é labareda que atravessa o tempo. A distância não é vazio. É provocação. É convite para que o corpo se prepare, para que a alma se expanda, para que o encontro futuro seja ainda mais ardente.

Ela fecha os olhos e sente o calor dele percorrer sua pele, mesmo sem presença. Ele respira fundo e percebe o perfume dela invadir o ar, mesmo sem proximidade. O desejo não se perde. Ele se acumula. Ele se intensifica. Ele se torna promessa viva, esperando o instante em que o espaço deixará de existir.

A distância não é desejo frio. É fogo contido. É chama que se guarda para explodir no momento certo. É amor que se fortalece na ausência, que se revela na saudade, que se inflama no silêncio. E quando finalmente se encontrarem, não será apenas reencontro. Será combustão. Será entrega. Será o ardor de um amor que nunca se apagou, apenas esperou para queimar ainda mais forte.

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