☿ Filhas do Eco – Capítulo IV: As Dissidentes – As Sem-Nome

Enquanto o Círculo se reerguia em silêncio, algo se movia nas sombras, longe das velhas clareiras. Três jovens bruxas, Lys, Morien e Adaeze, reuniam-se em ruínas esquecidas, lugares onde o eco dos juramentos antigos já não alcançava.

Nenhuma delas vinha de linhagem poderosa. Nenhuma havia sido iniciada nos ritos. E nenhuma queria ser.
Elas haviam sentido na pele o peso das palavras herdadas, das promessas feitas por outras vozes, de um destino desenhado antes mesmo de nascerem.

“Por que a magia precisa de herança?” questionava Morien.

“Ou de nome?” sussurrava Adaeze, que havia queimado o seu no fogo.

“E se pudéssemos criar algo novo, feito só do agora?” completava Lys, com os olhos voltados para o céu, não para a tradição.

Elas eram chamadas de perigosas. Rebeldes. Dissidentes.
Mas elas se chamavam apenas Sem-Nome, não por falta de identidade, mas por escolha. Para provar que a essência não precisava de moldura.

Suas magias eram instáveis. Seus ritos, improvisados. Mas havia algo pulsante em suas práticas, algo que desafiava as velhas estruturas.

E mesmo sem saber, elas estavam despertando forças adormecidas.

No Círculo, Vaelith pressentiu a ruptura. Elira sentiu o tremor nas raízes. Enith escutou um sussurro diferente nos objetos esquecidos.

As Sem-Nome não queriam destruir.

Elas queriam desaprender para que uma nova magia, indomada e livre, pudesse emergir.

Citação: “Só o que se recusa a ser moldado é capaz de criar o que nunca existiu.”

Filhas do Eco – Capítulo IV: As Dissidentes