Fragmentos de um Nós – Capítulo 11

Entre ecos e sonhos

Fragmentos de um Nós

Clara desperta com a sensação de que algo se deslocou dentro dela. O ar da casa está diferente, impregnado de um perfume antigo que ela não reconhece, mas que a envolve com uma familiaridade inquietante. Caminha pelos cômodos em silêncio, observando como pequenas coisas parecem ter mudado de lugar: uma cortina que antes era bege agora se mostra azulada, uma moldura exibe um retrato que jura nunca ter visto. Ainda assim, tudo parece incrivelmente seu.

As lembranças começam a se sobrepor como ondas que não respeitam a margem do tempo. Ela se vê sentada na mesma poltrona, vestida de outra forma, com as mãos entrelaçadas às de alguém que já não está ali. Há risadas, há promessas murmuradas, há uma sensação de plenitude que o presente já não conhece.

A casa parece respirar junto com essas memórias, reagindo a cada lembrança que desperta. As paredes ganham tonalidades diferentes, o piso range com passos que não são seus, e a luz que entra pelas janelas carrega uma doçura antiga, como se a própria manhã lembrasse de um amor que ainda não partiu por completo.

Clara tenta ancorar-se na realidade, mas percebe que o tempo perdeu suas fronteiras. Tudo o que foi e o que é se misturam, como se ela vivesse fragmentos de um nós que nunca deixou de existir. Cada detalhe — o toque na madeira, o reflexo no espelho, o som distante da chuva — parece conter a presença dele, Elias, dissolvida na matéria da casa.

Ela fecha os olhos e sente o peso das vidas que talvez tenham se repetido inúmeras vezes. Um amor que atravessa séculos, retornando em ecos e sinais, insistindo em sobreviver ao esquecimento. Há uma tristeza doce nesse reconhecimento, um tipo de saudade que não cabe em uma única existência.

Quando a noite cai, Clara se senta diante do diário e o abre novamente. As palavras, agora familiares, parecem pulsar sob seus dedos. Ela compreende que não lê apenas o passado — ela o revive. Cada frase é um espelho que devolve não o rosto de Elias, mas o reflexo do que eles foram juntos, um amor escrito nas margens do tempo.

Lá fora, o vento sopra com a delicadeza de um toque antigo. Dentro da casa, o espaço se dobra em silêncio, guardando entre suas paredes a verdade de dois corações que continuam tentando se encontrar, fragmento após fragmento, em cada lembrança que o tempo ousa devolver.

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