O Abraço Infinito

O jardim estava coberto por um silêncio que não pesava, mas acolhia. As flores, adormecidas pelo cair da tarde, pareciam inclinar-se discretamente em reverência ao casal real. O Rei e a Rainha sentaram-se próximos, unidos por um abraço que dispensava palavras. Não era necessário dizer nada, pois o compasso das respirações já conversava por eles, criando uma linguagem secreta que apenas corações devotos conseguem compreender.

Ela apoiava a cabeça sobre o peito dele, e o Rei a envolvia como quem protege um tesouro que jamais ousaria perder. O calor do corpo dela preenchia cada vazio dentro dele, e no silêncio, havia a certeza de que naquele instante todo o universo encontrava harmonia. O tempo, que tantas vezes os cobrava com urgência, resolveu desacelerar e permanecer ali, como cúmplice de um amor que não se mede em minutos, mas em eternidade.

Lórien, fiel guardião, deitou-se aos pés deles, firme e silencioso, como sentinela que compreende a sacralidade daquele momento. Bravus observava ao longe, atento mas sereno, enquanto Luzia, curiosa, roçava-se na barra da túnica do Rei antes de se enroscar nos pés da Rainha. Nilo saltou sobre o banco de pedra, acomodando-se ao lado deles, como se quisesse também compartilhar da serenidade que pairava no ar.

O Rei apertou a Rainha contra si, sentindo o coração dela pulsar em perfeita sintonia com o seu. Encostou os lábios em seus cabelos e sussurrou com voz baixa, quase uma prece:
“No seu abraço, encontro o fim e o começo de tudo.”

A Rainha sorriu em silêncio, fechando os olhos. Não havia necessidade de mais nada: o abraço era universo, era origem e destino, era o próprio Reino de Veramor.

✨ Citação
“Naquele abraço, o tempo se dissolveu, e o Rei compreendeu que não existia passado nem futuro, apenas a eternidade de amar sua Rainha.”