O Amanhecer Preguiçoso

O sol filtrava-se pelas cortinas, desenhando traços dourados sobre o lençol amarrotado. O quarto ainda guardava o perfume da noite anterior, e o silêncio era pontuado apenas pelo som lento das respirações entrelaçadas. O tempo parecia ter esquecido de passar ali dentro.

O Rei, desperto antes dela, observava a Rainha adormecida, o rosto sereno, os cabelos espalhados como fios de luz sobre o travesseiro. Havia uma ternura antiga naquele olhar, como se cada manhã fosse o reencontro de uma vida inteira. Ele inclinou-se e começou a beijar devagar cada centímetro da pele dela, sem pressa, como quem deseja prolongar o instante até o limite da eternidade.

A Rainha se mexeu levemente, sorrindo ainda entre sonhos, e suas mãos buscaram o corpo dele, pedindo mais do calor que reconhecia como casa. Do lado da cama, Luzia e Nilo brincavam preguiçosamente, rolando um sobre o outro, como se também participassem daquela celebração silenciosa de amor e vida.

O sol avançava mais um pouco, banhando tudo com uma claridade suave que parecia abençoar o cenário. O castelo despertava lá fora, mas naquele quarto o tempo seguia outro ritmo, o ritmo do amor que não obedece relógios.

O Rei pousou o rosto sobre o peito dela, sentindo o coração pulsar em cadência com o seu. Sorriu, e num sussurro quase inaudível, deixou escapar as palavras que resumiam o que sentia.

“Cada amanhecer contigo é um milagre renovado.” ☀️💫