O Banho de Sol – Capítulo 152

Reino de Veramor nova capa

O Banho de Sol

O sol da manhã repousava sobre o jardim de Veramor com uma doçura que lembrava mãos suaves acariciando a terra. O Rei estendeu uma manta sobre o gramado macio e ajudou a Rainha a se acomodar ao seu lado. O calor do sol envolvia os dois como um lençol dourado, trazendo uma sensação de descanso que parecia vir de dentro e de fora ao mesmo tempo.

Eles permaneceram deitados, próximos o suficiente para que seus braços se tocassem, criando um elo silencioso entre respirações lentas. O Rei fechou os olhos por um instante, sentindo o perfume de ervas úmidas e flores abertas. A Rainha virou o rosto para ele, observando o modo como a luz desenhava traços mais suaves em sua expressão. Era como se o sol o conhecesse bem e o iluminasse com carinho.

Ícaro voava baixo, descrevendo pequenos círculos sobre os dois, soltando melodias delicadas que se misturavam ao som das folhas preguiçosas no vento. Seu canto parecia feito especialmente para aquele momento, leve, luminoso, quase sussurrado. De vez em quando, pousava em um galho próximo e inclinava a cabeça para ouvi-los respirar juntos.

Nilo, satisfeito após suas primeiras brincadeiras da manhã, encontrou um lugar perfeito entre as flores para dormir. Deitou-se com o corpo estendido, afundando o focinho no perfume das pétalas, como se aquele fosse o leito mais confortável do reino. Sua pequena barriga subia e descia em um ritmo calmo, tão terno que parecia acompanhar o próprio pulsar do jardim.

Lórien estava deitado ao lado da manta, com a cabeça apoiada sobre as patas e os olhos semifechados. De vez em quando olhava para o Rei e a Rainha para se certificar de que tudo estava em paz. Seu corpo transmitia um calor tranquilo, como um guardião que sabe que aquele momento é sagrado. Mesmo imóvel, sua presença criava um círculo de proteção silenciosa ao redor deles.

O Rei entrelaçou os dedos nos da Rainha e sentiu a maciez da pele dela, aquecida pelo sol. Ela sorriu, fechando os olhos, permitindo que o mundo se reduzisse ao toque dele, ao canto suave de Ícaro e ao aconchego dos companheiros ao redor. Era um instante simples, mas carregado de plenitude, como se todo o reino respirasse em uníssono com os dois.

A Rainha disse baixinho que aquele calor lembrava o início do amor deles, quando tudo era novo e urgente, mas agora o calor era outro. Era maduro, sereno, profundo, feito para durar. O Rei, tocado pelas palavras, aproximou o rosto e beijou a testa dela, deixando o gesto permanecer no ar como uma promessa que não precisava ser dita.

O tempo parecia observar a cena com respeito, hesitando em seguir adiante para não interromper o que era perfeito. O sol avançava devagar, as sombras se moviam como se tivessem aprendido a andar com delicadeza, e o mundo inteiro parecia adormecer em paz ao redor deles.

Ali, deitados no gramado, envoltos pelo calor e pela companhia dos que amavam, o Rei e a Rainha sentiram que nada era mais precioso do que aquele instante. Não havia urgência, não havia preocupação, não havia saudade do que ainda não tinha chegado. Apenas o agora, luminoso e pleno, banhando-os com a certeza de que o amor deles continuaria a florescer enquanto o sol existisse para testemunhar.

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