O Beijo que Desarma

A Rainha falava com firmeza, tentando impor uma bronca ao Rei, com o tom de quem desejava ser levada a sério. Ele, porém, apenas se aproximou em silêncio, envolto na serenidade de quem conhece a alma da amada, e roubou-lhe um beijo longo, intenso, ardente como o fogo que arde sem nunca se apagar. A seriedade dela, que parecia inabalável, se dissolveu no instante em que seus lábios se encontraram, e os olhos da Rainha se encheram de brilho e riso, incapazes de sustentar qualquer dureza diante daquele gesto de amor arrebatador.

No sofá, Luzia e Nilo assistiam à cena com a tranquilidade de quem entende que o amor sempre vence, como guardiões silenciosos da felicidade que enchia aquele lar sagrado. O clima, antes tenso, se transformava em pura doçura, como se o beijo tivesse o poder de reorganizar o mundo inteiro em torno da harmonia deles dois.

E foi então que a Rainha, rendida e sorrindo entre um suspiro e outro, deixou escapar as palavras que se tornaram eternas:

“Se você me beija assim, até minhas armas se rendem.”

“Minha Rainha, és o abrigo onde descanso e a chama que me mantém vivo, és a poesia que dá sentido aos meus dias e a suavidade que acalma minhas batalhas, és o perfume que adorna meus instantes e a força que guia meus passos, és o milagre que o destino me concedeu e que eu reverencio com toda a minha devoção, és a eternidade do meu amor e a razão de cada batida do meu coração.”