O Caderno de Rascunhos do Amor – Adendo VI

Entre orçamentos da horta, planilhas do telhado e lista de pregos e tintas, havia um caderno escondido.
Nada demais por fora. Mas por dentro… um reino inteiro em segredo.

Era ali que a Rainha escrevia frases que nunca dizia em voz alta:
“Ele me planta no chão, mas faz minha alma voar.”
“Tenho medo do tempo, menos quando ele passa do lado dele.”
“Queria dizer que o amo mesmo quando estou emburrada. Mas meu orgulho ainda fala alto demais.”

O Rei, que bisbilhotava com amor e sem permissão, encontrou o caderno numa tarde em que procurava fita adesiva e encontrou poesia.

Na última página, deixou uma resposta, de letra inclinada e coração entregue:

“Você me escreve em silêncio, mas eu te leio em tudo. Até nos dias em que finge que não me ama tanto.”

E fechou o caderno como quem sela um segredo, com cuidado, com respeito e com desejo.

O Caderno de Rascunhos do Amor – Adendo VI