O Calor de Verão e o Toque Gelado

O verão parecia ter se instalado de vez no Reino, sem piedade. O ventilador girava preguiçoso, incapaz de vencer a onda de calor que dominava cada canto da casa. A Rainha Vera, delicada em sua beleza e graça, colocou pedras de gelo nos pulsos, tentando aliviar o ardor que a fazia suspirar em desalento. Ao vê-la, o Rei sentiu não apenas o desejo de cuidar, mas também uma vontade arrebatadora de transformar aquele calor sufocante em uma desculpa perfeita para se aproximar ainda mais dela.

Ele se inclinou, encostando suavemente o rosto contra os pulsos gelados da Rainha. Um arrepio percorreu o corpo dos dois, e ela sorriu com malícia, percebendo que o gesto simples carregava um convite silencioso. O Rei murmurou que o toque dela era mais refrescante que qualquer brisa, e os olhos da Rainha se estreitaram em cumplicidade, como quem aceita o jogo da sedução que sempre os cercava.

Luzia, a gata curiosa, observava tudo deitada sobre a mesa, enquanto Nilo se enrolava no canto, como se o calor fosse mais suportável na quietude. Lórien abanava o rabo devagar, deitado perto da porta, e Bravus suspirava alto, rendido à temperatura e ao cenário que parecia só pertencer ao Rei e à Rainha.

O Rei aproximou os lábios do pescoço de sua Rainha, deixando que o contraste entre o calor do seu sopro e o frio do gelo a fizessem estremecer. Ela o provocou, deslizando os dedos pelo peito dele, molhando a pele com o frescor da água que escorria do gelo. O toque era ao mesmo tempo inocente e erótico, um convite para que o calor externo se transformasse em fogo interno.

Ele a tomou nos braços com carinho, deitando-a suavemente sobre o sofá, e a beijou como se o mundo lá fora não existisse, como se apenas aquele instante fosse eterno. O calor já não incomodava, porque cada beijo, cada carícia e cada palavra dita entre suspiros transformava o verão em um cenário perfeito para a entrega absoluta.

Entre risos e beijos, a Rainha provocava, e o Rei respondia com a devoção de quem nasceu para cuidar, amar e venerar a mulher que tinha diante de si. E, enquanto os animais observavam tranquilos, quase hipnotizados pela energia que enchia o ambiente, o casal descobria que, mesmo no calor mais intenso, o verdadeiro frescor estava na intensidade do amor que os unia.