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✦ O Canto das Pedras Submersas – Capítulo 3
O rio parecia mais sereno naquela manhã, mas Maíra sabia que a calmaria muitas vezes era o manto que encobria o movimento das verdades profundas. Desde que voltara do Véu da Névoa, ela vinha ouvindo, durante as noites, um som diferente vindo das águas. Não era o borbulhar natural da correnteza nem o murmúrio das folhas empurradas pelo vento. Era um som baixo, como um lamento ou uma canção distante, entoada por bocas sem forma.
Certa madrugada, sentou-se à margem com os pés mergulhados no rio. Fechou os olhos e respirou no mesmo compasso da água. Aos poucos, a melodia se destacou. Não havia palavras, mas algo em sua cadência despertava imagens em sua mente: crianças rindo, uma fogueira acesa ao entardecer, uma mulher de tranças longas depositando uma pedra azulada dentro do rio.
Maíra reconheceu aquilo como um chamado. O rio estava tentando guiá-la até onde as memórias dormiam.
Ao nascer do sol, seguiu o curso d’água para além das curvas conhecidas, atravessando a parte do leito onde as árvores se inclinavam em reverência e a luz tocava as folhas com uma delicadeza de mãos de avó. O som das águas crescia em intensidade conforme avançava, até que o canto das pedras tornou-se tão claro que parecia vir de dentro dela mesma.
Na curva final, encontrou a entrada. Meio oculta por cipós e pedras grandes, havia uma fenda estreita na encosta do morro. A água fluía por ali com um brilho incomum, como se tocada por pequenas estrelas líquidas. Maíra entrou com cuidado, guiada pela luz suave e pela melodia que ganhava novas camadas a cada passo.
A gruta era ampla, silenciosa e viva. O chão era coberto por pequenas pedras lisas, de cores que pareciam ter sido roubadas do arco-íris. Em um canto, uma nascente surgia entre as rochas, alimentando um espelho d’água que mal se movia. E ali, submersas até a metade, estavam elas: as pedras que cantavam.
Eram pedras grandes, ovais, dispostas em círculo, como se esperassem por alguém há muito tempo. Quando Maíra se aproximou, sentiu o som vibrar em seus ossos. Tocou a água ao redor da primeira pedra, e ela respondeu com uma nota grave e terna. Cada toque revelava uma nova melodia, e cada melodia, por sua vez, liberava uma memória.
A primeira lembrança foi da construção da primeira ponte de cipós sobre o rio. A segunda, de um juramento feito por cinco mulheres diante da lua cheia, prometendo proteger as águas enquanto o mundo tivesse sede. A terceira, de uma menina curiosa que escorregou no barranco e foi salva por um redemoinho suave, guiado pela mão invisível do espírito do rio.
Maíra compreendeu que aquelas pedras guardavam não apenas a história do rio, mas a história de todos os que haviam convivido em harmonia com ele. Eram testemunhas do tempo. Vozes de eras esquecidas.
No centro do círculo havia uma pedra maior, coberta por líquen dourado. Quando Maíra a tocou, uma última imagem surgiu: um jovem de olhos escuros lançando ao rio um fragmento brilhante envolto em couro. Seus olhos estavam cheios de dúvida. Ele parecia arrependido. A pedra cantarolou um tom triste, como se aquela lembrança ainda doesse no ventre da água.
Maíra anotou cada som, cada sensação, cada imagem. Aquilo era mais que um canto. Era um pedido. O rio precisava que suas memórias fossem compreendidas antes que se perdessem para sempre.
Ao deixar a gruta, Maíra se despediu das pedras com reverência. As melodias continuaram em seus ouvidos como um colar invisível de vozes e cores.
Ela sabia agora que a ameaça não era apenas externa. Havia algo quebrado no elo entre as pessoas e o rio. E era entre as lembranças que ela encontraria as peças para restaurar esse laço.
A próxima jornada exigiria coragem e escuta. Pois nem toda verdade grita. Algumas apenas cantam, baixinho, debaixo d’água.
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