🌒 Capítulo X: A Ruptura do Círculo

O retorno de Elariah não trouxe guerra — trouxe dúvida.

Por séculos, seu nome havia sido esquecido. Mas não sua presença. Não sua essência. Ela era a ausência que sussurrava no vazio, a lacuna no Círculo que todas sentiam, mas nenhuma ousava nomear.

Na noite em que os céus se partiram em silêncio, Elira sentiu a terra estremecer sob seus pés como se as raízes chorassem por algo enterrado sem despedida.

Kaela observou, em espanto, o mar recuar como se tivesse medo de lembrar.

Seraphine, entre as nuvens que não descansavam, ouviu o vento murmurar com clareza impossível:

“Ela sempre esteve aqui.”

Vaelith, que via o que ainda não era, chorou.
Pois sempre soubera.

“A nona foi apagada.”
“Dos cantos.”
“Dos livros.”
“Dos ossos.”

Não foi o ódio que a excluiu. Foi o medo do que ela representava.

Elariah era a guardiã do que não pode ser contido: o Caos.
Não o caos da destruição, mas o caos primordial — o ventre da criação, a centelha antes da ordem, a verdade que não pode ser moldada sem perder-se.

Ela não queria vingança.
Queria escolha.
Queria reescrever os votos selados quando a nona foi esquecida.
Queria que o Caos deixasse de ser um inimigo e voltasse a ser o que sempre foi:

Sagrado.

🩶 Citação de Elariah:

“O que não pode ser previsto não deve ser temido. Deve ser honrado.”

🔯 Símbolo de Elariah: Uma espiral quebrada por dentro, renascendo em direção contrária — como se o fim fosse o início de um novo ritmo.

🕸️ Papel no novo ciclo:
Elariah é o desequilíbrio necessário para que o equilíbrio evolua. Sua presença rompe a rigidez do que foi fixado por medo. Ela reabre os caminhos para que o Círculo seja inteiro — não perfeito, mas verdadeiro. Onde há espaço para luz, sombra, memória, vento, água, fogo, morte, tempo… e caos.

O Círculo, enfim, é nove.
E o novo ciclo não será selado.
Será escolhido.

🌒 O Círculo das Oito – Capítulo X: A Ruptura do Círculo – Continua

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