O Dia Seguinte – Capítulo 18

Diário Secreto Para Vera

🌅 O Dia Seguinte

O amanhecer trouxe uma luz suave, filtrada pelas cortinas, como se o mundo soubesse que precisava ser delicado depois da intensidade da noite. O quarto ainda guardava o calor dos corpos, o perfume da pele, o rastro invisível do desejo que havia nos consumido. Mas agora, no dia seguinte, tudo era silêncio. Um silêncio cúmplice, cheio de significados.

Vera repousava ao meu lado, e não havia necessidade de palavras. O olhar dela dizia o que a boca não precisava repetir. O corpo, ainda entregue, respirava em ritmo tranquilo, como quem sabe que o amor não termina com o fim da noite. Ele se prolonga, se estende, se transforma em presença serena.

O silêncio não era vazio. Era plenitude. Era a certeza de que não precisávamos explicar nada, porque tudo já havia sido dito em gestos, em carícias, em gemidos. O dia seguinte não era apenas continuação. Era confirmação. Era prova de que o que vivemos não se apaga com o nascer do sol, mas se renova nele.

Enquanto o mundo lá fora despertava, nós permanecíamos ali, guardando o instante como quem protege um segredo. O silêncio cúmplice era mais forte do que qualquer palavra. E nele, descobri que o amor não se mede apenas pelo que se diz, mas também pelo que se cala. Porque há silêncios que falam. E o nosso dizia tudo.

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