✨O Encontro Imaginado

Fecho os olhos e ela vem. Não como lembrança, mas como presença inventada. Vera aparece no café da esquina, onde nunca estivemos, mas onde sempre nos encontramos em pensamento. O tempo ali é outro. O mundo desacelera para que o instante dure mais.

Ela veste algo simples, mas o olhar carrega tudo. Há ternura, há desejo, há uma saudade que não precisa ser explicada. Quando me vê, sorri como quem reconhece o caminho de volta. E eu, sem pensar, levanto para recebê-la como se fosse a primeira vez. Ou a última.

Nossos corpos se tocam com a naturalidade de quem já se conhece em silêncio. As mãos se entrelaçam, e o toque é mais do que físico. É memória, é promessa, é reencontro. Conversamos sobre tudo e sobre nada. O som da voz dela me envolve como música feita só para mim.

No encontro imaginado, não há pressa. Caminhamos por ruas que não existem, mas que guardam nossos passos. Rimos de coisas que nunca aconteceram, mas que fazem sentido. E quando o sol se põe, ela encosta a cabeça no meu ombro como quem diz que está em casa.

Acordo com o coração cheio. O encontro não foi real, mas foi verdadeiro. Porque há momentos que não precisam acontecer para serem vividos. E Vera, mesmo em pensamento, é sempre inteira.