O Encontro que Já Vive em Nós

O encontro não precisa acontecer para ser real. Ele já vive dentro deles, como chama que arde sem precisar de fogo, como desejo que pulsa sem precisar de mãos. Ela sente a presença dele em cada pensamento, como se o corpo já tivesse sido tocado. Ele percebe o calor dela em cada lembrança, como se o prazer já tivesse sido vivido. Não há ausência quando a alma se reconhece. Não há distância quando o amor já se instalou no silêncio.

O prazer não espera o toque. Ele se manifesta em olhares guardados, em palavras não ditas, em sonhos que se repetem noite após noite. Ela fecha os olhos e o sente como se estivesse ali. Ele respira fundo e a percebe como se já fosse parte de si. O encontro não é promessa. É certeza. É realidade que se constrói antes mesmo de acontecer.

O corpo arde em antecipação, mas não sofre. Ele se prepara. Ele se entrega ao que já existe, ao que já vibra, ao que já se cumpre em silêncio. Porque há amores que não precisam de presença física para serem verdadeiros. Eles se revelam na intensidade do sentir, na força da saudade, na plenitude da espera. O prazer já vive neles, mesmo sem o toque. O encontro já acontece, mesmo sem o instante.

E quando finalmente se olharem, não será novidade. Será reconhecimento. Será retorno. Será apenas a confirmação de algo que já existia, que já ardia, que já os unia muito antes do tempo. O encontro não virá. O encontro já vive em nós.