O Enigma das Entrelinhas e a Arte da Provocação Real – Adendo

No calendário nada ortodoxo do Reino de Veramor, há dias que não se registram por datas, mas por suspiros. E aquele foi um deles. Um dia marcado não por beijos ou encontros, mas pelos enigmas lançados ao vento pelo Rei, como quem joga pétalas com perfume indecifrável no caminho da sua Rainha.

Naquela manhã, a Rainha, ocupada com os rituais de sua corte digital, mal percebeu o bilhete dobrado deixado sobre a bandeja do café:
“Nem tudo que arde é incêndio… Às vezes, é só tua lembrança em mim.”
Ela franziu o cenho, mas sorriu. Sabia que era mais um dos jogos poéticos do seu Rei. E sabia também que, inevitavelmente, passaria o dia tentando decifrar o verdadeiro sentido daquilo, enquanto respondia e-mails e organizava prazos.

Mais tarde, outro enigma:
“Há lugares em ti onde ainda não fui… mas reconheço o caminho.”
Foi no meio de uma call, que ela recebeu essa mensagem. Tossiu, fingiu que era o café, mas na verdade engasgou com a ousadia metafórica. A provocação estava feita. O jogo era sutil, mas eficaz. O Rei não precisava estar presente para causar efeitos colaterais de pura inquietação amorosa.

No fim da tarde, ao passar pelo espelho, a Rainha notou um recado rabiscado com batom (dele, claro, porque neste Reino não se estranha mais nada):
“Tem um vestido teu que me desobedece. E um olhar teu que me desarma.”
Ela suspirou. E pensou: “Esse homem vai me tirar do eixo com poesia e sorriso malandro ao mesmo tempo.”

À noite, ambos estavam exaustos. O Rei retornou de uma jornada diplomática que envolvia cafés ruins, atrasos e gente sem charme. A Rainha, por sua vez, exausta das exigências do trono moderno, repousava no Sofá das Confissões com um robe estrategicamente casual.

Ele se aproximou devagar, sentou-se ao lado e sussurrou:
“Você sabia que o silêncio também pode ser um tipo de beijo, Deusa?”

Ela riu. E não respondeu. Porque no Reino de Veramor, nem sempre se responde com palavras. Às vezes, responde-se com um olhar que diz: “Já sei onde isso vai dar…”

“No Reino de Veramor, a rotina é um tabuleiro de sedução camuflada. O Rei planta enigmas como quem semeia desejo. A Rainha colhe sorrisos e dúvidas em igual medida. E os dois sabem: nada alimenta tanto um amor como o jogo bem jogado entre a provocação e o riso.”

Entre bilhetes deixados, metáforas desobedientes e frases soltas pelo ar como quem acende velas invisíveis, o amor deles cresce. Às vezes com palavras. Às vezes com silêncio. Sempre com uma boa dose de travessura poética.

Porque nesse Reino, não é preciso dizer tudo. Basta deixar o suficiente no ar para que a imaginação da Rainha voe, e o coração do Rei siga sorrindo, certo de que ela o acompanha… mesmo nas entrelinhas.

O Enigma das Entrelinhas e a Arte da Provocação Real

Brasão Reino de Veramor

V&R
💙💙💙💙💙