O Guardião da Clareira – Capítulo 4

A Oferenda Silenciosa.

🌲 O Guardião da Clareira – Capítulo 4

A névoa da manhã mal começava a se dissipar quando os cães da aldeia começaram a uivar. Um som estranho ecoava da trilha leste, entre a mata cerrada, o ruído surdo de passos firmes sobre a terra úmida. Era raro ver forasteiros por ali. Mais raro ainda era alguém ousar cruzar as trilhas após o ritual da colheita.

O homem surgiu na clareira como se tivesse sido esculpido pelo próprio bosque. Alto, envolto em um manto feito de fibras vegetais, folhas e galhos secos, caminhava com um cajado enraizado, coberto por musgos vivos. Trazia o rosto oculto por um capuz escuro, mas seus olhos, de um âmbar opaco, como âmbar ancestral, brilhavam com algo antigo e inominável.

Não pediu permissão. Apenas entrou na aldeia e parou diante da estátua do menino de madeira, onde um círculo silencioso de crianças o observava de longe.

— Está acontecendo de novo… murmurou. Sua voz parecia vir da própria floresta. Grave, arrastada, como o ranger de uma árvore ao vento. Não aprenderam com os ossos enterrados sob os pés.

Marten, o ferreiro, empunhou sua marreta com desconfiança.

— Quem é você, estranho?

O forasteiro abaixou o capuz. Seu rosto era marcado por cicatrizes como raízes finas que se espalhavam desde as têmporas até o pescoço. Os olhos ardiam como brasas contidas.

— Sou um Guardião da Terra Profunda. Herdeiro dos que vigiam os limites entre os mundos. Estou aqui porque vocês quebraram o selo.

Idran surgiu logo atrás, apoiado em sua bengala. Seus olhos reconheceram o homem. Deu um passo à frente, com um pesar resignado.

— Pensei que não houvesse mais guardiões.

— Restam poucos. E ainda menos aldeias que lembram o que foram.

O povo se reuniu em volta da clareira. O guardião apontou o cajado para a estátua de Cael.

— Esta oferenda não saciou. Apenas despertou. O espírito que vocês evocaram… é uma raiz antiga. Ele cresce nas fendas entre os mundos. Alimenta-se de promessas quebradas e pactos esquecidos.

— E o que ele quer agora? perguntou Darina, em voz tensa.

— Ele quer corpo. Ele quer chão fértil, medo fresco, corações vivos. O menino foi só o chamado. As raízes agora se espalham. E se não forem contidas, tomarão não apenas esta aldeia… mas tudo o que ainda respira em silêncio.

Um murmúrio de pânico se formou.

— E como o detemos? disse Idran, com a voz pesada.

O guardião olhou ao redor. Seus olhos se fixaram nas crianças, depois nos telhados, nas sombras que se esgueiravam mesmo sob a luz do dia.

— O solo desta clareira está contaminado. A oferenda precisa ser revertida. Mas para isso, alguém deve descer. Até o coração da Terra Profunda. Lá, onde a raiz-mãe repousa, envolta em sangue e madeira.

— Descer? Para onde?

O guardião bateu o cajado no chão. A terra tremeu suavemente, como se respondesse.

— Há uma passagem. Sob o Grande Carvalho.

O silêncio caiu como um lençol pesado.

— Mas saibam… nenhum retorno é garantido. O que for visto lá embaixo… muda quem vê.

O povo recuou. Apenas um par de olhos, os da jovem Enid, avançaram.

Ela, entre todos, já ouvia os sussurros. E algo dentro dela dizia que o tempo de esperar havia acabado.

O Guardião da Clareira – Capítulo 4

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