O Livro que Ninguém Escreveu – Capítulo 11

A Oferenda Silenciosa.

📖 O Livro que Ninguém Escreveu – Capítulo 11

Desde que o milharal passara a observar em silêncio e o solo mostrava sinais de consciência, Darina, a anciã curandeira da aldeia, voltou a dormir pouco e escutar muito. Ela passava as noites à beira do fogo, mexendo lentamente em infusões, enquanto murmurava orações que nem ela sabia mais se serviam para proteger ou para lembrar.

Foi numa madrugada sem lua que ela teve um sonho.

No sonho, via-se andando sozinha pela clareira. A terra pulsava sob seus pés, quente como pele febril. O Grande Carvalho a fitava com olhos que não estavam lá, mas que ela sentia. Quando chegou ao centro, a árvore abriu uma fenda na base e deixou à mostra um objeto envolto em raízes secas. Quando o tocou, acordou com a respiração entrecortada e a certeza de que precisava ir.

Ao amanhecer, ela foi.

Sozinha, com passos firmes e nenhum medo, ajoelhou-se diante do altar vazio do Grande Carvalho. Começou a cavar com as mãos nuas, afastando camadas de folhas, terra e restos de oferendas antigas. Suas unhas quebraram, mas ela não parou.

Até que encontrou.

Era um livro.

Mas não um livro comum.

Estava envolto por musgo e folhas entrelaçadas como couro vivo. Não havia capa, nem costura visível. Era como se tivesse crescido da própria terra. Ao abri-lo, as páginas exalavam um cheiro de raízes molhadas e tempo.

Estava escrito em uma língua que Darina nunca aprendera. Não eram símbolos de homens, nem de tribos, nem de cultos. Era uma linguagem orgânica, de veios e curvas, como se cada letra tivesse sido desenhada por uma raiz que soubesse falar.

Ainda assim, ela entendeu.

Não com os olhos.

Mas com a parte do coração que escuta o que é esquecido.

Ali, na terceira folha viva, havia um nome. Um nome que não se pronuncia, apenas se sente. Era o nome da entidade que vivia sob Aruanda. Um nome que se espalhava como seiva, que atravessava gerações e pulsava sob cada colheita feita com pressa. Era o nome do espírito que havia acordado com a oferenda de Cael, sustentado agora pelo sangue da memória de Enid.

Darina fechou o livro com mãos trêmulas. O sussurro do nome ainda ecoava dentro dela, como um fio de vento preso no peito.

Ela sabia que aquele nome não podia ser dito em voz alta. Mas também sabia que conhecê-lo mudava tudo.

Pois nomear é ver. E ver é acordar.

Naquela noite, pela primeira vez em décadas, Darina escreveu algo em seu próprio caderno de folhas secas.

Não escreveu o nome.

Escreveu uma frase só:

“O que a terra chama pelo nome, ela nunca esquece.”

O Livro que Ninguém Escreveu – Capítulo 11

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