⚔️ O Rastro de Enith – Capítulo VII

“Algumas memórias não se perdem… apenas se escondem onde ninguém ousa procurar.”

Durante séculos, os rastros de Enith permaneceram camuflados sob véus de silêncio e omissão. Suas trilhas, desenhadas com paciência em pergaminhos velhos, não levavam a um túmulo, mas a um segredo.

Foi Lys, uma das Sem-Nome, quem encontrou os registros, não por acaso, mas por impulso — como se algo a chamasse de dentro da terra. No coração de um monólito soterrado, jaziam ossos, runas corroídas e um artefato envolto em raízes espiraladas. Uma caixa feita de pedra negra e prata desgastada, selada por encantamentos que falavam de esquecimento, mas sussurravam poder.

Quando aberta, a caixa não revelou ouro, nem fogo, nem maldição. Apenas um único nome, esculpido em sangue seco e linguagem antiga. Um nome que nenhuma das vivas reconhecia, mas que fez as árvores estremecerem. As corujas silenciaram. O vento recuou.

Aquele nome não deveria ser dito. Nem mesmo lembrado.

Mas agora que foi lido… ele já respira.

As bruxas mais velhas sentem a mudança no éter. Algo antigo acordou, não por vingança, mas por direito. Enith não escondeu o artefato para proteger o mundo de um mal — ela o escondeu para dar tempo. Tempo para que alguém estivesse pronta.

E agora, com a nona vela acesa, e os laços do Círculo em ruínas, a caixa de Enith é mais do que um vestígio: é uma escolha. Guardar novamente? Ou pronunciar o nome e aceitar as consequências?

Uma coisa é certa: ao trilhar o rastro de Enith, as bruxas tocarão uma história mais antiga que o próprio Círculo. E ela não deseja permanecer enterrada.

⚔️ O Rastro de Enith – Capítulo VII