O Salão de Sombras – Capítulo 49

As mãos de Elias - Clara - terceira temporada

O Salão de Sombras – Capítulo 49

Depois do toque, Clara sentiu que seus passos não pertenciam mais ao mundo que conhecia. Era como se seus pés flutuassem sobre lembranças, e o tempo, agora maleável, escorresse pelas paredes. Elias fez um gesto suave com a cabeça e, em silêncio, guiou-a por um novo corredor que se abriu diante deles, revelando o que ele chamou de o Salão de Sombras.

As paredes do salão não eram lisas. Elas respiravam lentamente, e sobre elas havia pinturas que não pareciam feitas com tinta, mas com memória pura. Não eram quadros comuns. Eram cenas vivas, pulsantes, que se moviam em silêncio. Mostravam momentos que Clara jamais viveu conscientemente, mas que, ao observá-los, faziam seu coração acelerar com uma estranha familiaridade.

Em uma das paredes, ela se viu criança, desenhando em um chão de madeira escura que lembrava o da casa. Em outra, estava mais velha, de costas para um espelho que refletia não sua imagem, mas a de uma mulher dos séculos passados. Mais adiante, ela e Elias surgiam lado a lado em meio a uma floresta que nunca pisaram, mas cuja luz ela conhecia por dentro. Nada ali era cronológico. Eram memórias de vidas que talvez não tenham acontecido, mas que estavam inscritas em algum tecido mais profundo da existência.

Elias observava tudo com olhos calmos, mas cheios de um cansaço antigo. Quando finalmente pararam no centro da sala, ele falou. Sua voz era baixa, mas Clara escutou como se estivesse dentro dela.

Ele disse que aquele lugar não era feito de tempo, nem de morte, nem de vida. Era feito de permanência. Ali, o que era lembrado existia. O que era esquecido, desaparecia. E era a arte que mantinha as memórias acesas. Pinturas, palavras, gestos, qualquer forma de expressão que se recusasse a morrer era o que sustentava aquele universo. O salão, a casa, o espaço entre mundos.

Mas havia um desequilíbrio.

Tudo ali tinha sido feito por mãos que já não viviam. Por lembranças que não pertenciam mais a ninguém. E por isso, ele explicou, a permanência estava se tornando prisão. O ciclo precisava se fechar. E só uma presença viva poderia fazê-lo.

Clara compreendeu, mesmo sem entender todas as implicações. A última pintura precisava nascer de seu gesto, de sua escolha, de sua entrega. Não bastava representar. Era preciso colocar ali algo que fosse vivo o suficiente para abrir e encerrar ao mesmo tempo.

Elias tocou-lhe o ombro com leveza, e por um instante, Clara viu nos olhos dele não apenas o pintor perdido, mas o homem que esperava havia gerações por esse momento. Ela não precisava salvá-lo. Precisava completá-lo.

A pintura final não era o fim da história.

Era o nascimento da presença que tornaria tudo inteiro.

O Salão de Sombras – Capítulo 49

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