O Toque na Mão

O Rei estendeu a mão e encontrou a da Rainha repousada sobre a mesa. Seus dedos deslizaram devagar, como quem descobre um território sagrado, e entrelaçaram-se aos dela. Não havia pressa naquele gesto: apenas a certeza de que o simples contato era suficiente para incendiar o coração.

O calor da pele dela atravessava sua própria pele, fazendo com que o mundo inteiro perdesse importância. Ele não precisava de batalhas vencidas nem de conquistas grandiosas, bastava-lhe sentir o toque da Rainha para lembrar-se de quem era e de por que vivia.

Ela apertou suavemente sua mão, num gesto silencioso de cumplicidade. O olhar dela dizia tudo: não era preciso palavras quando o amor se fazia carne no entrelaçar de dedos.

Lórien aproximou-se e deitou a cabeça sobre os pés deles, como quem reconhece naquela união o verdadeiro trono do Reino. Luzia saltou para a beira da mesa, fitando as mãos unidas com a curiosidade felina que transformava tudo em espetáculo. Nilo observava à distância, enquanto Bravus mantinha-se atento, como guardião daquele instante que parecia frágil e eterno ao mesmo tempo.

O Rei acariciou o dorso da mão dela com o polegar e, com voz baixa, disse:
— Cada vez que toco tua mão, sinto que o universo inteiro se encaixa em mim.

E, nesse instante, o mundo pareceu render-se ao silêncio cúmplice de dois amantes que não precisavam de nada além de si mesmos.

✨ Citação
“No entrelaçar de dedos, o Rei descobriu que a eternidade podia caber no gesto mais simples.”