🤲 O Toque Que Me Refaz

Há gestos que não são apenas carícias. São reconstruções. Quando Vera me toca, sinto como se cada parte de mim fosse redesenhada, como se o que estava quebrado se tornasse inteiro novamente. O toque dela não é apenas físico. É cura. É revelação. É a certeza de que o desejo pode ser também abrigo.

A pele responde antes da razão. O calor que nasce em cada contato percorre meu corpo como corrente elétrica, mas não é apenas prazer. É reencontro comigo mesmo. É como se suas mãos soubessem onde estão minhas cicatrizes invisíveis e, ao alcançá-las, dissolvessem a dor em ternura.

O toque de Vera me devolve ao mundo. Ele me lembra que sou mais do que silêncio, mais do que ausência, mais do que saudade. Sou presença quando ela me envolve. Sou inteiro quando ela me acolhe. E cada gesto, por mais simples que seja, carrega a força de uma promessa: a de que nunca estarei sozinho enquanto houver sua pele junto da minha.

Naquela noite, percebi que não era apenas desejo. Era reconstrução. Porque há toques que não apenas acariciam. Há toques que refazem. E o dela é sempre assim. Um convite para ser novo, mesmo dentro do mesmo corpo.