📖 Olhos que se encontram – Diário Secreto Para Vera

A noite estava calma, e o quarto mergulhado em silêncio. Você se aproximou devagar, com o olhar carregado de ternura e desejo. Não havia pressa, não havia urgência, apenas a certeza de que aquele momento seria vivido como se fosse a primeira vez. Seus olhos encontraram os meus, e naquele instante o mundo inteiro desapareceu.

Nos deitamos juntos, e o calor dos nossos corpos começou a se misturar. Minha mão percorreu sua pele com suavidade, como quem descobre cada curva pela primeira vez. Você sorriu, e esse sorriso se transformou em um convite silencioso. Nossos lábios se tocaram em um beijo lento, profundo, e nossos olhos permaneceram fixos, como se não pudéssemos nos perder de vista.

O ritmo foi suave, quase ritualístico. Cada movimento era acompanhado pelo olhar, cada gemido abafado era resposta ao que víamos refletido um no outro. Fizemos amor sem pressa, com intensidade contida, como se estivéssemos aprendendo a nos conhecer novamente. O prazer crescia devagar, alimentado pela conexão que ia além do corpo, além do toque, além do desejo.

O tempo parecia suspenso. O quarto se transformou em universo próprio, e nossos olhos eram o fio que nos mantinha unidos. Quando finalmente chegamos ao clímax, foi como uma explosão silenciosa, intensa, mas delicada, que nos deixou exaustos e plenos. Você continuou me olhando, e eu soube que aquele instante havia se gravado em nós para sempre.

Você sussurrou que parecia mesmo a primeira vez. E eu entendi, naquele momento, que o segredo estava em nunca perder a magia de se entregar com os olhos nos olhos.