Onde os Mortos Esperam – Capítulo 13

A Oferenda Silenciosa.

🕳️  Onde os Mortos Esperam – Capítulo 13

Depois do surgimento da Colheita Negra, a terra em torno do Grande Carvalho passou a trincar de forma diferente. Não era rachadura seca, mas abertura viva, como se algo sob a superfície estivesse se movendo.

Foi numa dessas noites sem lua que três aldeões, Darina, Marten e o jovem Elías, ouviram um som vindo das raízes mais profundas. Um lamento, distante, arrastado como vento preso em ossos.

Guiados pela intuição e pelo medo, cavaram com as mãos, afastando terra úmida e musgo espesso. As raízes pareciam se abrir por conta própria, como se já estivessem esperando por aquilo. Até que encontraram a entrada.

Uma fenda oval, oculta sob o coração do Carvalho, onde não se via fim. Levaram tochas. Desceram.

A caverna era úmida, escura e silenciosa. Mas não como o silêncio comum da terra. Era um silêncio espesso, como se engolisse os sons antes que se formassem. O ar tinha cheiro de fungo antigo e pedra molhada.

Logo perceberam que o tempo ali dentro era estranho.

Os pingos que caíam do teto subiam antes de tocar o chão. As chamas das tochas dançavam ao contrário. Os próprios pensamentos se embaralhavam como lembranças contadas de trás para frente.

Nas paredes, dezenas de sepulturas cavadas na rocha. Mas todas estavam vazias. Apenas marcas de corpos que um dia estiveram ali, ou talvez ainda estivessem em alguma dobra invertida do tempo.

Foi Elías quem ouviu primeiro.

Vozes.

Não vinham da entrada, nem do fundo. Vinham de todos os lados. Vozes sussurradas em línguas que não pertenciam a homem algum. Algumas soavam como folhas queimando, outras como água correndo ao contrário. Mas havia uma familiaridade inquietante.

Marten se ajoelhou diante de uma das sepulturas e tocou a pedra. Ela tremia.

— Eles não partiram, murmurou. Eles estão esperando.

— Esperando por quê, perguntou Darina.

— Pela reparação. Pela lembrança. Pelo fim do esquecimento.

O tempo dentro da caverna começou a pulsar. As tochas se apagaram. Mas os olhos dos três passaram a ver sem luz. Tudo ao redor estava suspenso em um instante antes do instante. Como se o tempo respirasse para trás.

Então, uma das sepulturas brilhou.

E uma sombra saiu dela. Não tinha rosto, mas tinha presença. Aproximou-se de Elías e tocou sua testa. Ele caiu de joelhos.

Ao abrir os olhos, seus cabelos estavam brancos.

E ele falou com a voz de outro:

— A terra não guarda os mortos. Ela os devolve quando a história não foi completada.

Ao saírem da caverna, o céu ainda estava escuro, mas o tempo lá fora seguia normal. Apenas Elías havia mudado. Não envelhecera no corpo, mas o olhar era de quem viu mil estações virarem poeira.

No dia seguinte, começou a desenhar mapas que ninguém entendia. Símbolos de caminhos sob a aldeia. Curvas de raízes. Passagens por dentro do tempo.

E numa das margens do mapa, escreveu com caligrafia que não era dele:

“O esquecimento é o único verdadeiro sepulcro.”

Onde os Mortos Esperam – Capítulo 13

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