Os Olhos no Milharal – Capítulo 10

A Oferenda Silenciosa.

🌽 Os Olhos no Milharal – Capítulo 10

Nos dias que seguiram a canção das árvores, a vegetação ao redor de Aruanda começou a crescer de forma incomum. As folhas do milharal ultrapassaram a altura de dois homens. Os talos se tornaram mais grossos, quase madeira. E havia uma sensação estranha ao caminhar por entre as fileiras de espigas: como se não se estivesse só.

Foi Marten, o caçador, quem primeiro falou sobre os olhos.

Ele voltava do campo ao entardecer, quando entrou no milharal por um atalho. Ao passar entre duas fileiras de folhas, parou de repente. Estavam olhando para ele.

Não com olhos humanos. Mas olhos vegetais. Pupilas feitas de seiva escura, envoltas por pétalas secas. Estavam cravados entre as folhas. Observavam. Piscaram.

Marten correu de volta à aldeia, pálido e em silêncio. Não conseguiu explicar, apenas apontou para o milharal, ofegante.

No dia seguinte, dois outros homens relataram sentir o mesmo. Um deles afirmou que, ao cortar uma espiga, o miolo dela sangrou um líquido dourado e quente. O cheiro era doce e perturbador. O milho, que sempre fora base da alimentação da aldeia, agora causava medo.

As crianças continuavam a ouvir a canção das árvores. Mas elas não entravam mais no milharal. Nenhuma delas. Diziam que o canto lá dentro era diferente. Era quebrado. Fora de ritmo. E havia um silêncio entre as plantas que sussurrava quando ninguém ouvia.

Foi nesse contexto que Lars, um lavrador solitário, resolveu entrar no campo ao cair da tarde, desafiando os avisos. Queria provar que nada havia ali além de histeria e folhas. Carregava consigo uma enxada, uma lamparina e um ceticismo orgulhoso.

Nunca mais voltou.

Na manhã seguinte, encontraram sua lamparina no chão, ainda acesa. Ao redor, várias espigas abertas, revelando em seu interior fileiras de grãos marcadas com símbolos desconhecidos. Eram linhas em espiral, formas geométricas que lembravam as marcas do antigo selo deixado pela oferenda de Cael.

Mas o mais perturbador foi uma única espiga, colocada sobre a lamparina, como se deixada por alguém. Ela estava envolta por uma folha trançada, e dentro dela havia um dente humano.

Darina ajoelhou-se diante do achado. Seus dedos traçaram um dos símbolos na espiga e ela estremeceu.

— Isso não é aviso. É um lembrete — murmurou. — A terra ganhou olhos. E agora observa o que plantamos.

O Guardião apenas olhou para a direção do campo e disse, quase num sussurro:

— A terra está acordada. E ela quer saber se aprendemos a vê-la também.

Os Olhos no Milharal – Capítulo 10

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