Quando o Passado Respira – Capítulo 9

Entre ecos e sonhos

Quando o Passado Respira

O céu está encoberto quando Clara decide visitar a antiga biblioteca da cidade. Há dias sente um impulso estranho, uma espécie de chamado que a conduz até ali. O prédio é antigo, de janelas altas e cheias de poeira, onde o tempo parece ter parado para escutar o murmúrio dos livros. O ar tem cheiro de papel e memória, e cada passo que ela dá ecoa como se o chão reconhecesse seu retorno.

Enquanto percorre as estantes, algo a faz parar. Um livro está fora de lugar, mais gasto que os outros, com a capa manchada pelo tempo. Ao tocá-lo, uma folha se solta e cai ao chão. Clara se abaixa e percebe que não é um livro, mas um diário. As páginas estão repletas de anotações feitas à mão, em uma caligrafia que lhe parece inquietantemente familiar.

Ela o abre com cuidado, temendo que o tempo o desfaça, e começa a ler. O nome na primeira página a faz prender a respiração: Elias Moura. As palavras seguintes a mergulham em um turbilhão silencioso. O diário conta a história de um homem que amou uma mulher chamada Clara.

Cada linha é uma confissão. Ele descreve o riso dela, o modo como olhava o mundo, a maneira como o silêncio entre os dois se tornava refúgio. Escreve sobre noites à beira do mar, sobre uma promessa feita sob chuva, sobre a sensação de que o destino os uniu apenas para separá-los.

Mas o que mais a abala é o trecho final. Elias fala sobre o medo do esquecimento. Pede, com palavras quase desesperadas, que Clara nunca o apague da memória. Diz que, mesmo se o tempo os afastasse, ele encontraria um caminho de volta até ela.

As lágrimas escorrem antes que ela perceba. O diário treme entre seus dedos, e o ar parece mais denso, como se algo invisível respirasse ali, entre as páginas abertas. Clara sente que Elias não é apenas lembrança — é presença.

O som da chuva começa a cair lá fora, suave e constante, como se o mundo respirasse junto com o que ela acaba de descobrir. Ela fecha o diário e o segura junto ao peito, sentindo o coração bater no mesmo ritmo da tempestade. O passado não está morto. O passado apenas esperava que ela o encontrasse para voltar a respirar.

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