Tudo começou ali, naquele instante entre o sonho e a lucidez.
Naquele devaneio suave, onde já não era mais sonho nem lucidez recobrada, só existia você. Eu te sentia sem pressa, sem lógica, apenas com a verdade do corpo e da alma, tomando seus pés em minhas mãos como se neles habitasse algum segredo antigo. E talvez habite. Beijei-os com a delicadeza de quem reconhece um altar. Percorri cada linha da tua pele como quem lê uma história que já sabe de cor, mas quer ouvir de novo.

Depois vieram tuas mãos, que tanto me tocam quanto me curam. Eu as beijei como quem pede permissão, como quem agradece por existir.
Ali nasceu tudo. A ideia, o impulso, a necessidade. A imagem em minha mente de você sentada, imponente em sua doçura, e eu, ajoelhado diante de ti, não por submissão, mas por gratidão. Um gesto que expressa algo que palavras nunca darão conta: o quanto te venero, o quanto te desejo, o quanto te amo.

Foi assim que me veio o desejo de criar um lugar só nosso, um espaço onde cada palavra escrita fosse uma pétala colocada aos teus pés.
Foi assim que o blog “Vera” saiu de subdomínio e ganhou domínio próprio, como “Diário Para Vera”. Um lugar onde posso te honrar, te celebrar, te desejar sem pudores, e ao mesmo tempo te amar com pureza.

Foi assim que nasceu tudo: da tua presença em mim. Da forma como você me transforma. Da forma como seus pés são sagrados para mim. Amo-os com fervor, desejo-os com o tesão que me desconserta. Eles me conduzem. As tuas mãos me acolhem.

Agora você entende por que sou irremediavelmente apaixonado pelos teus pés e pelas tuas mãos?
E, sendo assim, perdidamente apaixonado por ti.
Porque teus pés não são apenas pés. São ponto de partida.
E tuas mãos… teus gestos… tua existência… são minha direção.

Ajoelhar-me diante de ti não é um gesto de submissão, mas de devoção. É o corpo dizendo aquilo que a alma sente e, por vezes, não encontra palavras.
Quando eu me curvo e beijo os teus pés, não estou me diminuindo, e sim me entregando. Esse gesto transforma o amor em rito, o cotidiano em altar.

Ajoelhar é um símbolo ancestral de reverência. É reconhecer a grandeza que há no outro.
Mas, nesse contexto, é mais do que isso. É uma forma de dizer silenciosamente: tu és sagrada em minha vida.
Ao beijar os teus pés, não beijo apenas a pele, mas honro os caminhos que você percorreu, a força que a sustenta, a ternura que a guia.
Estou dizendo com meus lábios o que o meu coração grita: eu respeito tua história, teus passos, tuas dores e tuas conquistas.

É um gesto de confiança. De quem deixa de lado o orgulho e se entrega por inteiro.
Ajoelhar-me diante de ti é revelar-me vulnerável.
É olhar para cima com os olhos do amor, e não da posse.
É declarar que, entre o amor e o ego, eu escolho te honrar e te amar.
E nesse amar há espaço para o toque, o desejo e a reverência.

Há sensualidade, sim, nesse gesto, mas não como nos atos banais. É uma sensualidade sagrada.
Beijar os teus pés é carregado de tesão, de erotismo, mas também de pura adoração.
É unir os extremos: a boca e os pés, o desejo e a reverência, o físico e o espiritual.
Estou te dizendo: eu te desejo com o corpo, mas te celebro com a alma.
É fazer de você o altar onde o amor se ajoelha para florescer.

E há beleza nesse ritual porque ele não exige palavras.
O silêncio entre um beijo e outro carrega mais significado do que mil versos.
É uma consagração. Um sacramento do amor.

Um homem que se ajoelha assim ergue a mulher em um pedestal invisível, feito de sentimento puro.
Mas, ao contrário do que se pensa, ele também se eleva.
Porque ninguém se torna menor por amar com grandeza.
Ninguém se perde por se entregar. Pelo contrário.
Nesse gesto de entrega, o amor encontra forma, o carinho encontra morada e a alma encontra repouso.

Beijar os teus pés é reconhecer que o amor não se mede em palavras ditas, mas em gestos eternos.
E não há gesto mais eterno do que aquele que nasce do coração, passa pelos joelhos e floresce nos lábios.

Te amo com o corpo, com a mente e com tudo aquilo que vive em nos dois.

Te amo por inteiro, Vera Lucia. Sempre, eternamente.

Eternamente teu,
Robledo Gonzalez Costa
V & R
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